p/ Raimundo Lira
Brasília (DF) - As mudanças no pacto federativo propostas em uma das três PECs enviadas nesta terça-feira (5/11) pelo governo ao Congresso preveem a incorporação a municípios vizinhos das cidades com menos de 5 mil habitantes e arrecadação própria menor que 10% da receita total. De acordo com o Ministério da Economia, há, atualmente, 1.254 municípios que seriam incorporados pelos vizinhos, de acordo com as mudanças propostas.
PECs enviadas ao Congresso
PEC dos fundos públicos: extingue a maior parte dos 281 fundos públicos e permite o uso de recursos para pagamento da dívida pública. O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que esse foi um tema levado ao governo por lideranças políticas, em conversas neste primeiro ano de mandato do presidente Jair Bolsonaro. "Seguramente não foi um economista do nosso grupo que lançou isso lá. Normalmente, é sempre uma liderança política que chega e fala: 'Está acontecendo um negócio aqui'. E são lideranças políticas experientes, e eles têm lá os combates deles. Nós vamos assistir isso ai", declarou. Questionado se esse tema não pode gerar confusão, já que em 2020 haverá eleições municipais, Guedes afirmou que a discussão é política. Segundo ele, quem deve decidir se os municípios devem ter 5 mil, 3 mil ou 10 mil habitantes não é o ministro da Economia. "Não tem nada mais oportuno do que deixar o Congresso decidir isso. A gente vai, estimula, e eles têm total decisão de falar: tira isso ou deixa isso", afirmou. Falando de forma genérica sobre a proposta de pacto federativo, o ministro da Economia afirmou que o Estado brasileiro está sendo "redesenhado". "O presidente [Bolsonaro] foi eleito para mudar, e o Congresso também. Estou bastante confiante nesse trabalho", disse. O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, avaliou que essas propostas terão um "longo período de discussão" no Legislativo. "O que será aprovado e o que será descartado será definido pelo Congresso Nacional. A forma correta de se ter um bom debate político é apresentar para o Congresso Nacional", declarou. Segundo o assessor especial do ministro, Rafaelo Abritta, a proposta prevê que, em 2023, verifique-se quais municípios com menos de 5 mil habitantes arrecadam pelo menos 10% da sua receita total. Nos casos dos municípios que não atingirem o "índice de sustentabilidade", não haverá eleição municipal em 2024 e, já em 2025, serão incorporados por outros municípios. Abritta destacou que os municípios com melhor situação financeira terão prioridade na incorporação dos municípios e cada um poderá incorporar até três outros. “No máximo, cada município poderá incorporar três municípios adjacentes. Deste modo, a proposta é de que, no máximo, ocorra a fusão de quatro municípios”, afirmou Abritta. O processo, no entanto, ainda terá de ser detalhado em lei.
Ajuste fiscal
Ponto a ponto:
Mudança no pacto federativo libera R$ 400 bi aos estados e municípios em 15 anos
Proposta inclui piso unificado para saúde e educação na União e nos estados e municípios
Plano pode criar 'estado de emergência fiscal', com redução de jornada e salário de servidor
Governo propõe extinção da maior parte dos fundos públicos
Proposta prevê incorporar a municípios vizinhos cidades com até 5 mil habitantes
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Municípios
Uma das proposta do Pacto Federativo iria afetar diretamente alguns municípios brasileiro com menos de 5 mil habitantes e arrecadação própria menor que 10% da receita total. Então a partir de 2025, vários municípios brasileiros inclusive dos estados do Tocantins e de Goiás seriam prejudicados. No Tocantins, vários municípios como: São Valério, Bom Jesus, Tupirama, Centenário, Santa Maria, Pindorama, Silvanópolis, Ipueiras, e outros, poderão ser incorporados à outros municípios vizinhos. No estado de Goiás, municípios como: Santo Antônio de Goiás, Abadia de Goiás, Brazabrantes, Bonfinópolis, Anhanguera, Cumari, Porteirão, Portelândia, Bonfinópolis, etc., de acordo com a proposta, poderão ser incorporados e se transforarem a partir de 2025, em distritos. Em Minas Gerais, seriam mais ou menos 120 municípios em entraram na malha fina e seria também incorporados. Mas, em Brasília, alguns deputados federais e Senadores já estão de plantão, para defendem seus municípios.