Brasília (DF) - O objetivo do partido é recuperar os espaços em comissões e na mesa diretora perdidos em 2019, quando o não apoiou Maia sob o argumento de que o atual presidente da Casa apoiou o impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, em 2016 - embora parlamentares petistas, protegidos pelo voto secreto, tenham ajudado a eleger o deputado do DEM. "Lançar um nome próprio ou apoiar um candidato de esquerda seria para marcar posição. A consequência é que fica sem espaços e condições de melhorar a atividade parlamentar. Queremos garantir a participação proporcional das bancadas", disse Gleisi. Para a presidente do PT, tanto Lira, líder do Centrão e aliado declarado do governo, quanto Maia, atual presidente e desafeto do Planalto, são de alguma forma alinhados ao presidente Jair Bolsonaro. Portanto, do ponto de vista político, não têm grandes diferenças. "É claro que não vamos impor nosso programa de governo no Congresso, mas queremos garantir alguma coisa", disse Gleisi. Outros dois pontos polêmicos foram incluídos na agenda mas a própria presidente do PT vê poucas chances de serem aceitos: colocar em votação pedidos de impeachment de Bolsonaro e permitir a criação de CPIs para investigar a política de relações exteriores comandada pelo chanceler Ernesto Araújo e retrocessos na área ambiental implementados pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Segundo Gleisi, o PT continua contrário à reeleição nas duas casas. "Somos contra. Se o Supremo Tribunal Federal aprovar isso estará cometendo um crime contra a Constituição e um desrespeito ao Congresso. Se é para discutir reeleição que seja do jeito certo, por meio de uma PEC (proposta de emenda à Constituição) no Parlamento", disse ela. Embora Maia tenha dito que não vai se candidatar à reeleição, mesmo que o STF aprove a possibilidade, a dirigente petista disse ver chances de que ele continue no comando da Câmara. "Ele (Maia) disse para a gente que não vai, mas alguém vai acabar pedindo para ele ficar", afirmou.
Fontes: Terra / www.poptvnews.com.br