p/ Francisco Monteiro do Nascimento
Brasília (DF) - Olá Amigo, companheiro de tantas lutas produtivas, se você pudesse ler.. tenho certeza que iria dar uma daquelas risadas de sempre e dizer: Chico você continua a mesma coisa”. Mas, como eu te conhecia muito bem... e sabia o quanto fazia bem estarmos juntos, sempre que podíamos estar; mas com tantos amigos nossos que gozavam da mesma amizade sincera e franca, como Tu sempre foi e viveu até o fim. Sem distinção entre classes sociais, rico ou pobre, preto ou branco, loiro ou asiático, para tu Jonas sempre importava a pessoa. Assim tu viveu a vida, bem vivida.. e quando o nosso Chefe maior quis, te levar para perto Dele, novo demais, tinha muito o que fazer por aqui ainda, mas quando Deus quer nos levar, não pergunta à ninguém, e também não tem nenhuma negociação a ser feita, não dá para fazer uma prorrogação, ou tentar uma securitização, não tem jeito de fazer um pesa, de jeito nenhum.. o jeito é Tu ir e tu foi. Agora esperar por nós lá, até o dia em que Ele quiser nos levar. Doze anos já se passaram.. e eu estou aqui na porta de seu Gabinete “somente na porta”, pois não me mandaram entrar, também não tive a recepção do Ditinho, não sei se a minha mesa, a cadeira, não sei se estão lá dentro, porque a porta está fechada, como que esperando por tu, para voltar abrir e atender a todos, como tu fazia - restam apenas aqueles corredores compridos, vazios e solitários em plena quarta-feira. Rezei meu Pai-Nosso para Ti, como sempre fazia, e a minha Ave-Maria para o Ditinho. Saí e fui para o restaurante de sempre....... que tamanha decepção. Não tinha a rabada que tu gostavas, nem a galinha ao molho pardo como eu comia; na sobremesa não tinha fruta que tu gostava........aquela pinha grande, que tanto você gostava de comer, e eu também. Tive que me contentar com dois pedaços de peixe e na sobremesa foi pior, três fatias de abacaxi brancas e azedas que doía! Este texto era para tomar outro rumo, e olha o que virou? Eu tinha era que exaltar a falta que faz no campo da produção agrícola, pois Tu sempre fostes chamado o “Pai da Agricultura Brasileira”, isto em todos os Estados produtivos deste País, por onde nós passávamos do Rio Grande do Sul até o Amapá, ou seja, do Iapoque ao Chuí, era assim , que Tu eras conhecido, sempre pronto para atender quem te procurasse, e que quisesse fazer parte do grupo que produz riqueza nesta grande Nação. Vi agora pela televisão, sendo inaugurado mais um trecho da BR-163, e sendo distribuídas algumas medalhas para o pessoal do Exercito Brasileiro, mas não vi ninguém exaltar ou pelo menos falar, naqueles que foram os pioneiros em lutas diversas, tentando levar algum conforto para os pioneiros, que para lá foram, nas décadas de 60, 70, 80, 90 e até hoje, ainda falta muitos quilômetros para terminar o asfalto da BR -163, sem contar que falta mais de 250km da BR-158, no nosso “ Vale dos Esquecidos”. Jonas, vou parar por aqui, pois já estou falando demais, mas como nunca é tarde para pedir, se Tu puder, daí de cima, dá um empurrãzinho para nós aqui em baixo, junta ai com outros amigos como o Luizão, Ditinho e mais alguns que já estão aí com Tu, e vão falar com a Diretoria, dando um toque de elegância, como falava o nosso amigo Luizão, que nós estamos aqui sem ter a quem pedir, faça mais este favor para nós!
Saudades eternas do amigo,
Brasília (DF), 19 de fevereiro de 2020
Chico Monteiro
