Sábado, 27 de
Abril de 2024
Política

Continência

Forças Armadas vão bater continência a Lula se eleito, diz comandante

Baptista buscou desvincular Força do governo atual

Foto: Sargento Bianca Viol/FAB/Divulgação
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O comandante das Forças Armadas Carlos de Almeida Baptista Junior

31 janeiro, 2022

Carlos de Almeida Baptista Junior, comandante das Forças Armadas, garantiu que irá prestar continência a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), caso ele seja eleito para a presidência. "Nós prestaremos continência a qualquer comandante supremo das Forças Armadas, sempre", disse em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. Nos últimos três anos do governo de Jair Bolsonaro (PL), as FA têm retornado ao centro da política brasileira. No entanto, segundo pesquisas recentes, como a do Ipesp, o ex-presidente está bastante à frente na corrida eleitoral. Baptista, inclusive, já foi apontado como bolsonarista. Ele, no entanto, nega o título. "Não sei de onde saiu isso. Esse clichê me foi colocado uma hora depois da minha indicação", afirmou. "Como comandante da FAB, sempre ratifiquei a posição apartidária da Força. Uma coisa é falar de política, outra é de política partidária", completou. O comandante participou de discussões políticas nos últimos anos. Em julho de 2021, ratificou a crítica à CPI da Covid feita pelo ministro da Defesa Walter Braga Netto, em nota conjunta. Na ocasião, o presidente da comissão, o senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que havia um “lado podre” das Forças Armadas, presente entre os militares investigados dentro do Ministério da Saúde. Na época, chegou a dizer que “homem armado não faz ameaça”. “Aquela nota foi apenas para que a gente firmasse a posição de que um, nós não somos lenientes com erro. Se houver algum militar errando, existe o Poder Judiciário, mecanismos de controle. Mas isso não pode transbordar para o todo. [...] Acho que foi bem recebido, tanto que no relatório final da comissão não foi citada a instituição, mas os indivíduos”, disse. Baptista também falou durante a entrevista a respeito de sua percepção sobre a associação das FA com o governo Bolsonaro. “As Forças sempre foram as instituições mais respeitadas. Não acho que haja dano como instituição, embora pense que haja uma utilização disso da parte contrária. Os exemplos que damos são as melhores ferramentas que temos, mesmo que a curto prazo isso não seja entendido”, disse. “A sociedade sabe que pode continuar contando com suas Forças Armadas como instituições de Estado, apartidárias”, concluiu.