Sexta-feira, 22 de
Novembro de 2024
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por Raimundo Lira

Opinião

Agora não seria o momento do governo receber dos sonegadores ?

A sonegação de impostos no Brasil, gira em torno de 1,46 trilhão de reais

Foto: Divulgação
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R$ 1,46 trilhão sonegados, daria para construir milhares de casas populares, hospitais públicos e creches para crianças

24 março, 2020

p/ Raimundo Lira

Goiania (GO) - Não dá para se  entender porque o Governo Federal não consegue receber dos grandes sonegadores de impostos no Brasil. São grandes empresas e conglomerados financeiros que devem mais de um trilhão   de reais aos  cofres públicos.  Para se ter uma ideia são mais de  500 empresas que sonegam impostos e que devem   ao governo federal. A apresentação destes devedores e seus respectivos valores de impostos devidos  tem um significado político importante, porque revela a intenção do governo federal de efetivamente cobrar essa dívida de grandes sonegadores. O total ainda está longe de representar a real dimensão da sonegação de impostos no Brasil, mas gira em torno de R$ 1,46 trilhão, isto é, daria para construir milhares de casas populares, hospitais públicos e creches para crianças.  Os setores que mais devem à União são bancos, mineradoras e de energia elétrica. Destes, 90% são grandes empresas. Mais que isso: dois terços dos valores devidos à  União estão concentrados em 1% dos devedores. Os maiores devedores são a indústria (R$ 236,5 bilhões), o comércio (163,5 bilhões) e o sistema financeiro (R$ 89,3 bilhões). Também devem à União empresas de mídia (R$ 10,8 bilhões), educação (R$ 10,5 bilhões) e extrativismo (R$ 44,1 bilhões). Os devedores deixam seus nomes serem inscritos na Dívida Ativa da União e só pagam quando obrigados por decisão judicial. Isso porque, atualmente, é cada vez mais comum que grandes empresas – na zona de conforto - recorram ao chamado “planejamento tributário”. A partir dele, a empresa avalia se é mais vantajoso ficar devendo e, no futuro, aceitar alguma renegociação para a quitação de dívida ou pagar o valor devido corrigido. A vantagem é que a correção, por mais dolorosa que seja, não se compara ao valor que a empresa pagaria caso pegasse um empréstimo no sistema financeiro. O governo federal agora e mais do que nunca, está precisando de muito dinheiro. Diante da grave crise na saúde no Brasil com  a chegada  do coronavírus e consequentemente a contaminação e mortes  de centenas de pessoas, o ministério da saúde do Brasil, precisa de dinheiro para investir na assistência e em milhares de profissionais da  saúde – médicos, paramédicos e  enfermeiras  - que estão trabalhando em situações de risco  para salvar vidas nos   hospitais e casas de saúde, sem equipamentos adequados.  Então,  agora  não seria o momento exato, do governo federal via Secretaria nacional da Receita Federal sentar   à mesa com estes sonegadores de impostos,   fazer   uma composição para receber  estes trilhões de reais e posteriormente, injetar parte deste dinheiro, na saúde? Até o próximo!

Raimundo B. Lira é Jornalista e Internacionalista