A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) revelou aumento no consumo de bebidas e drogas entre adolescentes do 9º ano do ensino fundamental em Palmas. Os números também revelaram que 60% dos estudantes palmenses sofreram violência sexual com menos de 13 anos de idade. Os dados foram divulgados na quinta-feira (14/7). A PeNSE é feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde e da Educação. O estudo concentra informações sobre alimentação, uso de drogas, saúde sexual e reprodutiva, situações na escola e em casa, violência e outros indicadores. Nesta publicação foram divulgados os indicadores comparados de quatro edições (2009, 2012, 2015 e 2019). Segundo o IBGE, o uso de algum tipo de droga entre adolescentes na idade escolar cresceu em dez anos, subindo de 5,6% em 2009 para 10% em 2019. O crescimento foi maior entre as meninas, chegando a 11,5%, contra 8,2% entre os indivíduos do sexo masculino. Os dados mostram que o aumento aconteceu principalmente entre os alunos da rede pública, cujo percentual subiu de 5,2% para 10,8% na década investigada. Entre os estudantes da rede particular houve queda, saindo de 7,9% para 6,5%. A exposição às drogas também passou a ocorrer mais cedo. Em 2009, 2,5% dos adolescentes com menos de 14 anos haviam experimentado algum tipo de droga, enquanto em 2015 esse número subiu para 4%.
Drogas lícitas e ilícitas
O consumo recente de drogas ilícitas, entre aqueles que haviam usado drogas alguma vez na vida, ficou estável entre 2012 (41,2%) e 2015 (41,8%), apresentando queda em 2019 (31,1%). A experimentação de bebida alcoólica entre os estudantes do 9º ano de Palmas cresceu de 51% em 2012 para 64,9% em 2019. O índice também foi maior entre as meninas em comparação com os meninos. Novamente o percentual é maior entre estudantes da rede pública. O estudo apontou ainda crescimento no número de adolescentes do 9º ano que experimentaram cigarro, assim como a precocidade dessa exposição. Palmas foi a capital com o 4º maior percentual de escolares que experimentaram esse tipo de droga com 13 anos ou menos de idade.
Iniciação sexual
Em relação à iniciação sexual, a pesquisa apontou que o percentual de escolares palmenses do 9º ano que tiveram relações sexuais passou de 26,8% em 2009 para 32,6% em 2019. Os meninos têm uma maior taxa de iniciação sexual ao longo de quase todo o período analisado, mas o percentual das meninas aumentou de 14,7% para 34,6%, enquanto a dos meninos caiu de 41,1% para 30,4%. O uso de preservativo entre os escolares que tiveram relação sexual mostrou uma tendência de leve queda entre 2009 e 2019. Por outro lado, o percentual daqueles que usaram algum método para evitar a gravidez (inclusive camisinha) teve uma alta significativa, passando de 61,9% em 2009 para 74,6% em 2019. Entre os meninos a taxa ficou praticamente estável. Entre as meninas, o indicador teve um salto de 63,2% para 83,7%.
Violência física e sexual
Outro dado coletado foi o percentual de escolares que sofreram agressão física por um adulto da família. Em Palmas também registrou aumento progressivo no percentual de escolares que sofreram agressão física por um adulto da família, passando de 7,2%, em 2009, para 9,3% em 2012 e 12,2% em 2015. Em 2019, 25,9% dos escolares sofreram alguma agressão física cujo agressor foi o pai, mãe ou responsável e 15% dos escolares sofreram agressão por outras pessoas. A violência sexual também vem sendo captada na PeNSE. Em 2019, o percentual de estudantes palmenses do 9º ano que alguma vez na vida foram abusados foi de 13,5%. Sendo que a taxa de assédio entre as meninas (20,7%) foi superior do que a dos meninos (5,2%). A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar de 2019 identificou também que 60% dos estudantes palmenses sofreram violência sexual com menos de 13 anos de idade. Os demais 14,7% sofreram o abuso sexual quando tinham 13 anos; 18,7% quando tinham 14 anos e 5,1% com 15 anos.