O suspeito de comandar uma quadrilha que adaptava aviões para o tráfico internacional de drogas se apresentou na segunda-feira (4/4) à Polícia Federal em Palmas. Cleanto Carlos de Oliveira prestou depoimento na sede da PF durante a manhã e foi encaminhado ao IML. Depois será enviado para a Casa de Prisão Provisória de Palmas (CPPP). O investigado mora em Palmas, mas não tinha sido encontrado em seu endereço e era considerado foragido. A defesa dele afirmou, em nota, que a apresentação à polícia se deu de forma espontânea e ele apenas intermediou a venda de uma aeronave, não havendo qualquer possibilidade de ser apontado como chefe de tráfico. O grupo criminoso foi alvo da Polícia Federal durante a operação Tuup, que teve mandados cumpridos na quinta-feira (31/3). Outros três suspeitos presos na semana passada tiveram as prisões mantidas pela Justiça Federal e seguem na CPP de Palmas. Durante a operação os agentes da PF apenderam dinheiro, veículos e uma aeronave que estaria sendo preparada pelos suspeitos. Operação da PF investiga quadrilha suspeita de tráfico internacional de drogas. Segundo a investigação da PF, o grupo trabalhava como freelance fazendo o transporte de drogas para outras quadrilhas de traficantes. Eles passavam cerca de um ano preparando as aeronaves para as viagens. Depois partiam para países da América Central como a Guatemala e Belize. As viagens eram feitas de forma clandestina sem qualquer registro ou plano de voo, para evitar suspeitas. Isso causava sérios riscos para a segurança do tráfego aéreo. Em alguns casos as aeronaves foram queimadas após as entregas para evitar suspeitas.
O que diz a defesa de Cleanto
Primeiramente o Sr. Cleanto se apresentou de forma espontânea perante a autoridade policial para cumprir a determinação judicial. A única participação nos eventos apresentados pela Polícia Federal, de forma inconsequente, é o fato do Sr. Cleanto ter intermediado a venda de uma aeronave que, posteriormente e supostamente, teria sido usada para transporte de narcóticos. Portanto não qualquer possibilidade de ser apontado como chefe de tráfico, conforme apontado pela autoridade policial. Isto será demostrado nos autos em momento oportuno.
A operação
A operação Tuup foi deflagrada pela Polícia Federal para cumprir 28 mandados judiciais emitidos pela a 4ª Vara da Justiça Federal do Tocantins. São seis de prisão preventiva, sete de prisão temporária e 14 ordens de busca e apreensão no Tocantins e mais sete estados. Os mandados foram cumpridos no Pará, Ceará, Goiás, Mato Grosso, São Paulo e Santa Catarina. Durante a manhã três investigados foram presos em Porangatu (GO) e os agentes da PF apreenderam R$ 82 mil na casa de piloto em Sorocaba (SP). O dinheiro estava escondido dentro de uma panela. Os presos podem responder pelos crimes de associação ao tráfico, tráfico internacional de drogas e financiamento ao tráfico, além de atentado à segurança do transporte aéreo.