Quinta-feira, 21 de
Novembro de 2024
Direito & Justiça

Negado

Juiz vê possível envolvimento do ex-governador Marcelo Miranda (MDB), com tentativa de intimidar jornalista e volta a negar liberdade

A decisão é do Juiz Federal substituto João Paulo Abe; ele negou os argumentos da defesa

Foto: Pedro Barbosa/Governo do Tocantins
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Marcelo Miranda é ex-governador do Tocantins

23 janeiro, 2020

Palmas (TO)-  O ex-governador Marcelo Miranda (MDB) e o irmão dele, Brito Miranda Júnior, tiveram um novo pedido de liberdade negado pela Justiça Federal de Palmas na quarta-feira (22). A decisão é do Juiz Federal substituto João Paulo Abe. Ele negou os argumentos da defesa de excesso de prazo e falta de fundamentos para a prisão dos dois. No documento, Abe afirma ainda ver indícios de um "possível envolvimento" do ex-governador na tentativa de intimidar o jornalista Lailton Costa, do Jornal do Tocantins, durante a apuração de uma reportagem sobre um suposto esquema de corrupção envolvendo gráficas. "O possível envolvimento dos custodiados no episódio de intimidação, praticado enquanto ambos se encontravam no cárcere [grifos do juiz], em cotejo com atos de inegável lavagem de capitais, conduzem à percepção de que as razões que ensejaram o decreto prisional dos acusados ainda se afiguram vigentes", escreveu Abe. Os irmãos estão presos desde setembro de 2019, quando a Polícia Federal deflagrou a operação 12º Trabalho, um desdobramento da Reis do Gado. O pai dos dois, Brito Miranda, também é investigado, mas responde em liberdade em função da idade. A defesa da família Miranda disse que a decisão é retórica e não tem nada de novo. Afirmou que vai aguardar decisões que estão pendentes em outros tribunais e disse ainda que sobre o caso de intimidação ao jornalista, a reportagem não envolveria o governo de Marcelo Miranda. O julgamento do ex-governador, do irmão e do pai no processo da operação Reis do Gado deve começar em abril e englobar parte das acusações do Ministério Público Federal (MPF). Ao todo, os procuradores acreditam que a família pode ter desviado mais de R$ 300 milhões dos cofres públicos do Tocantins.  O ex-governador está preso em uma cela no Comando Geral da Polícia Militar. O irmão dele foi colocado em uma sala especial da Casa de Prisão Provisória de Palmas.

Fonte:  G1 Tocantins / Poptvnews