Sábado, 27 de
Abril de 2024
Direito & Justiça

Cobrança

Filhas cobram punição de professora acusada de matar árbitro

Na época, Elaine Chagas Cardoso confessou a polícia que bebeu antes de dirigir

Foto: Reprodução/Redes sociais
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Elaine Chagas, de 45 anos, presa por atropelar e matar o árbitro Edivaldo Marinho em Senador Canedo, Goiás

13 setembro, 2023

A família de Edivaldo Marinho, árbitro de futebol que morreu após ser atropelado por uma professora que dirigia embriagada, em Senador Canedo, cobra que a motorista seja punida pelo crime. Mesmo tendo confessado à polícia que bebeu antes de dirigir e, ainda, ter sido filmada bebendo no local após o atropelamento, Elaine Chagas Cardoso aguarda o andamento do processo em liberdade. “A sensação de impunidade é o que está nos matando. Ele não estava fazendo nada de errado, estava exercendo apenas o direito dele de ir e vir. Pela lei quem bebe e dirige já está cometendo um crime. O crime já começou aí. A justiça tem que ser feita”, cobrou Evellen Marinho, uma das filhas de Edivaldo Marinho.  “Ele está fazendo muita falta. A gente está tomando medicamentos para poder controlar a ansiedade, a depressão, a tristeza”, lamentou a segunda filha do árbitro, Hellen Marinho. A defesa de Elaine disse que aguarda o andamento do processo.

Relembre o acidente
O crime aconteceu no dia 9 de julho, na GO-537. Um vídeo mostra quando a moto conduzida por Edivaldo é atingida pelo carro da professora. A batida foi de frente e a morte do árbitro instantânea. Na época, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) esteve no local somente para constatar o óbito. De acordo com o processo, após o acidente, a professora continuou bebendo no local. Em depoimento à polícia, Elaine disse que estava indo almoçar com o namorado e que estava internada em uma clínica, mas conseguiu liberação para passar o fim de semana em casa e voltar domingo à noite. O teste do bafômetro na motorista apontou embriaguez com resultado de 0,79 miligramas por litro de ar expelido. Por esses motivos, ela foi presa em flagrante. Elaine Chagas, de 45 anos, presa por atropelar e matar o árbitro Edivaldo Marinho em Senador Canedo, Goiás 

Motorista em liberdade
Desde o dia em que Elaine foi presa, a defesa da professora fez diversos pedidos de habeas corpus à Justiça, alegando que ela tem problemas psiquiátricos e faz o uso de remédios contínuos para o tratamento. No dia 23 de agosto, Elaine deixou a prisão. A Justiça levou em consideração que a professora nunca foi condenada por outro crime, tem transtornos depressivos graves, endereço fixo e profissão. “Agora, vamos aguardar o andamento do processo. Na época do acidente ela estava internada em uma clínica para tratamento psicológico, tomando medicação. Ela, agora, vai para uma outra clínica ficar internada”, disse o advogado de defesa Benedito Evaristo Cintra Júnior.

O árbitro
Amoroso, inteligente e um filho exemplar. Essas foram algumas das características que a terceira filha de Edivaldo, Elisabeth Catanhede, de 27 anos, usou para definir o pai. “Ele cuidava da minha avó porque ela ficou debilitada de saúde. Domingo antes de ocorrer tudo ele deu banho nela, limpou a casa e foi apitar o jogo para ganhar R$ 80”, contou. Elisabeth disse que o pai tinha hábitos de vida saudáveis e não se conforma com o jeito que ele morreu. “Meu pai era uma pessoa excepcional, não existia alguém como ele, era muito de bem com a vida, tranquilo, humilde, alegre, vendia saude. Todos aqui estão despedaçados, meu pai não merecia morrer. Ele queria envelhecer bem, com saúde, para brincar muito com os netos”, desabafou.