Terça-feira, 16 de
Abril de 2024
Direito & Justiça

Julgamento

Começa o julgamento do médico Álvaro Ferreira suspeito de matar a ex-mulher

Danielle Lustosa foi assassinada em 2017 na própria casa, em Palmas - Tocantins

Foto: Montagem g1
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Médico Álvaro Ferreira é acusado de matar a ex-mulher — Foto: Montagem g1

01 abril, 2022

Começou por volta de 9 horas desta sexta-feira (1º/4) o júri popular do médico Álvaro Ferreira. Ele é o principal suspeito de matar estrangulada a ex-mulher, Danielle Lustosa, em 2017. No início desta semana a defesa dele tentou suspender o julgamento novamente, mas teve o pedido negado pelo Tribunal de Justiça. Álvaro Ferreira foi denunciado por feminicídio com agravantes pelo crime ter sido cometido por motivo torpe, com emprego de asfixia e dificultando a defesa da vítima. A determinação de que o caso seria levado ao júri popular saiu ainda em 2019, mas a data só foi marcada no fim do ano passado. Inicialmente o julgamento seria no início de março. Só que os advogados dele alegaram que não tiveram acesso a algumas provas e conseguiram adiar a sessão. O julgamento acontece no Fórum de Palmas. O caso tramita na 1ª Vara Criminal de Palmas, do juiz Cledson José Dias Nunes. Todas as ocasiões em que falou sobre o caso, inclusive em juízo, o médico negou ter assassinado a ex-mulher. A defesa dele sempre alegou falta de acesso a provas e chegou a fazer pedidos de anulação do processo no Tribunal de Justiça e no Supremo Tribunal Federal. Todos foram negados. No início desta semana um novo pedido foi feito por meio de um habeas corpus ao gabinete do desembargador Pedro Nelson de Miranda Coutinho, no TJ. A defesa do médico tinha pedido a anulação de todos os atos processuais ou a retirada do caso da 1ª temporada do júri, novamente alegando cerceamento de defesa. Ao negar o pedido, juiz substituto Edmar de Paula, afirmou que todos os argumentos são repetidos e já foram negados, inclusive pelo STF. Desta vez a defesa também alegou que ao convocar a 1ª Temporada do Tribunal do Júri, o juiz deveria incluir apenas processos de réus presos – que não é o caso de Álvaro, pois está respondendo em liberdade. O argumento também não foi aceito.

O caso
O corpo da professora foi encontrado no dia 18 de dezembro de 2017, na casa dela, com marcas de estrangulamento. A suspeita de que o médico poderia estar envolvido foi motivada porque havia um histórico de agressões por parte do marido. Ele chegou a ser preso dois dias antes do assassinato por violência doméstica. A suspeita foi reforçada porque a polícia não conseguiu localizá-lo após o crime. O médico ficou quase um mês sendo procurado pela polícia. Ele foi localizado após postar uma selfie em uma igreja nas redes sociais. O suspeito foi preso no dia 11 de janeiro de 2018 em Goiás e levado para a Casa de Prisão Provisória de Palmas (TO) no dia seguinte. O caso teve grande repercussão na época. Enquanto esteve foragido, o médico deu entrevistas por telefone e mandou mensagens para a mãe da vítima. Atualmente, o médico responde ao processo em liberdade. Desde que foi solto, ele voltou a atender normalmente no sistema de saúde em Palmas.