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Novembro de 2024
Direito & Justiça

Vergonha

'A juíza leu meu processo e disse: coloquei uma inocente na cadeia'

Em agosto de 2019, Simone foi presa, acusada de integrar uma quadrilha em São José do Rio Preto, interior de São Paulo

Foto: Reprodução/Ponte Jornalismo/Yahoo Notícias
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Simone ficou 7 meses presa por comprar um carro que havia sido usado em um assalto

11 dezembro, 2020

São Paulo (SP) - Quase 10 meses após ser libertada de uma prisão injusta, Simone Souza da Silva, 47 anos, tenta retomar a sua rotina como dona de casa. "Não sou do crime, sou uma dona de casa", disse à Ponte em sua casa, onde tenta retomar sua vida.Em agosto de 2019, Simone foi presa, acusada de integrar uma quadrilha em São José do Rio Preto, interior de São Paulo. A prova que ligava Simone ao roubo foi um carro, que ela comprou três meses após o assalto, e um reconhecimento feito com sua foto do RG que datava de anos antes do crime e da compra do carro. O crime aconteceu em 2011 e Simone foi presa em 2019. Ficou sete meses vivendo na Penitenciária Feminina de Santana, na zona norte da cidade de São Paulo. A Ponte foi visitá-la para saber como está a sua vida hoje, meses depois de ser liberada. Simone mora com a família no Jardim Almanara, na região da Brasilândia, também na zona norte. Diabética e epiléptica, ela conta que foram dias muito difíceis dentro do cárcere. Eu não dormia, eu via o dia clarear. Mesmo com a medicação forte que eu tomo. E eu chorava muito", desabafa Simone. "Eu ficava nervosa e tive seis crises de convulsão. Quando tem as crises, a gente não vai para a enfermaria, as agentes falam para as outras presas cuidarem da gente". Simone logo conquistou o carinho das colegas de cela. "Elas me tratavam muito bem. Como muitas tão abandonadas, eu dividia com elas produtos de higiene e até comida". Eu cheguei a falar que eu ia me matar lá dentro, porque os dias passavam e eu não vinha embora. As meninas conversaram muito comigo, para eu ter calma, porque eu tinha uma família maravilhosa que não me abandonou", conta. A prisão de Simone também foi um desafio para o marido dela, Kléber Cesário da Silva. “Quando os policiais levaram ela eu perdi o chão”, conta, detalhando a nova rotina sem a esposa em casa. “Todo domingo eu saía às 6h30 da manhã para visitar ela meio-dia na cadeia, faça chuva ou faça sol. É a mãe dos meus filhos. Eu não abandonaria ela por nada nessa vida”. Passado o pesadelo, Simone recomeçou sua vida. "Agora voltei à minha rotina. Eu gosto de vender artesanatos, eu gosto de costurar, eu gosto de vender lingerie. Eu gosto de estar sempre com a população". Simone agora luta pela absolvição. A família vendeu o carro que causou toda a tristeza e hoje compraram um novo veículo. "Eu queria um carro que só eu fosse dono, não quero mais carro de segundo dono", diz Kléber

Fontes: Ponte Jornalismo / Yahoo Notícias / www.poptvnews.com.br