O ex-presidente Jair Bolsonaro já chegou a Buenos Aires para a posse de Javier Milei, que ocorre no domingo, 10. Junto com ele foram, entre outros, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o senador Ciro Nogueira (PP-PI), a deputada Bia Kicis (PL-DF) e o ex-ministro do Turismo Gilson Machado, como registrado em um dos muitos vídeos que circulam com registros da presença de Bolsonaro na Argentina. Em uma das gravações, postada por Kicis, Machado e pelo deputado estadual pelo Ceará Carmelo Neto, que recorre na Justiça para manter o mandato, Bolsonaro e Milei são filmados se cumprimentando. Durante o encontro, a comitiva brasileira repete gritos de “leão”, um dos apelidos de Milei, e “mito”, como Bolsonaro é chamado pelos apoiadores. Ao desembarcar em Buenos Aires, na noite de quinta-feira (7/12), Bolsonaro disse, em resposta a um jornalista local, que espera boa relação com o Brasil. “A partir de 2027”, completou, apontando para si mesmo.
Obediência
Antes da viagem, os advogados de Bolsonaro tomaram o cuidado de avisar do passeio ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Em março, Moraes chegou a determinar a apreensão do passaporte do ex-presidente, no âmbito das investigações sobre adulteração em seu cartão de vacina. O documento segue com Bolsonaro, contudo, e também não seria necessário para viajar à Argentina — pelas regras do Mercosul, basta a carteira de identidade. De qualquer forma, os advogados do ex-presidente enviaram petição a Moraes para dizer que “em atenção às investigações em curso e com profundo respeito a este juízo, o peticionário [Jair Bolsonaro] vem aos autos informar que estará temporariamente ausente do país no período compreendido entre os dias 7 e 11 de dezembro”. “A ausência se dará em razão de viagem a Buenos Aires, onde participará da cerimônia de posse de Javier Milei na Presidência da Argentina, a convite do próprio presidente eleito”, completa a mensagem.Enquanto Bolsonaro tira sua casquinha do presidente eleito da Argentina, Lula se limitará a enviar o chanceler Mauro Vieira.