Os eleitores que decidem as eleições, ou seja, matade dos brasileiros que hoje sobrevivem com atá dois salários mínimos, votam com pragmatismo. É o que afirma o diretor do Datafolha Mauro Paulino, em entrevista ao GLOBO. Segundo Paulino, "quanto mais pobre, mais pragmático é o voto". E esse eleitor vai votar, em 2022, no candidato que mostrar mais condições políticas de resolver o problema da fome e da queda do padrão de vida da população. Por isso, Paulino prevê que a economia vai recuperar o protagonismo que havia perdido nas eleições de 2018 para a corrupção. Em setembro, pesquisa Datafolha apontou que quase metade dos eleitores mais pobres reduziu consumo de alimentos como frango, legumes, feijão e laticínios, e muitos não conseguiam substituí-los por outros, como ovo. Como esses números se traduzem no cenário eleitoral? Hoje, metade dos brasileiros tem renda familiar mensal de até dois salários mínimos. Isso quer dizer que a grande maioria, que decide a eleição, está tentando sobreviver. Quanto mais pobre o eleitor, mais pragmático é o voto. Como a fome cresceu, estamos falando de pragmatismo no sentido de precisar de dinheiro para comprar comida. Esse eleitor vai escolher o candidato que mostrar mais condições e vontade política para resolver isso.
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