Uma jovem de 22 anos, moradora de Curitiba (PR) acabou ficando presa em um relacionamento abusivo, com agressões, violência psicológica e até cárcere privado, após viajar a Brasília para engatar um relacionamento virtual. Ela havia conhecido a namorada por um aplicativo, e decidiu se mudar para o Distrito Federal. A história, no entanto, virou caso de polícia. A jovem viajou para Brasília informando para a família que estava se mudando para a capital para ter relacionamento com uma mulher que conheceu na internet. Depois da viagem, porém, ela parou de dar notícias. Até que, na última quarta-feira (22/5), a mãe recebeu um SMS pedindo socorro. A mensagem, que a filha mandou para a mãe, dizia que ela estava em cárcere privado, impedida de usar o telefone, manter contato com a família e até sair de casa sozinha. A mulher procurou a polícia em Curitiba e teve início uma grande operação de investigação em conjunto entre o delegado do 13º Distrito Policial, do local, e a Divisão de Repressão a Sequestros da Polícia Civil do Distrito Federal (DF).
Relação de terror
A investigação mostrou que a suspeita do crime era uma mulher de 41 anos que já tinha histórico de violência doméstica. Os agentes descobriram o endereço e foram até o local na noite seguinte ao registro do crime, em 23 de maio. A polícia do DF arrombou o portão, encontrou a jovem e soube detalhes da relação de terror. A vítima confirmou que vivia uma relação abusiva. Ela disse que a mulher chegou a tirar o chip do celular dela e impedir que ela falasse com a família. O caso ficou ainda pior quando a jovem tentou terminar o relacionamento, no começo deste mês. A autora do crime agrediu a vítima, excluiu todos os contatos do celular dela e apagou mensagens do WhatsApp. A curitibana ainda era constantemente monitorada, só podia trabalhar na própria residência, onde funcionava uma fábrica de tijolos de cimento, e não recebia salário. A Polícia Civil do DF prendeu a mulher de 41 anos em flagrante delito pelo crime de cárcere privado, combinado com a Lei Maria da Penha. A jovem de Curitiba teve apoio da corporação para guardar os pertences, sair da residência e retornar para a cidade onde mora.