Sábado, 06 de
Julho de 2024
Geral

Violência

Atropelado por advogado em posto em Goiânia diz que não quebrou nada

Advogado suspeito do crime foi preso pela polícia de Goiás e responde por tentativa de homicídio

Foto: Reprodução/TV Anhanguera
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Advogado atropela três vezes homem em posto de combustível em Goiânia - Goiás

03 julho, 2024

O assistente jurídico, Diostekhan Rocha Pinto Fiuza, que foi atropelado por um advogado três vezes seguidas em um posto de combustíveis de Goiânia (GO)  precisou passar por mais de cinco tomografias e exame de raio-x. Apesar dos muitos machucados, ele considera que foi um milagre não ter sofrido algo mais grave. "Pra mim isso foi um milagre. Não quebrei nada, foi algo surpreendente. Como é que um carro passa por cima de mim e eu não quebrei nada? Estou com o corpo dolorido e dificuldades nos movimentos, mas tô bem." Diostekhan é morador de Palmas (TO) e disse que fez exames de imagem na cabeça para verificar se houve alguma lesão cerebral e no corpo por suspeita de fraturas. Todos comprovaram a ausência de lesões mais graves. Ele contou que estava no posto de combustíveis bebendo, acompanhado de outras pessoas, antes do advogado suspeito de o atropelar chegar ao local. O advogado teria se aproximado do grupo e passado a beber com eles, mas não seria conhecido de nenhuma das pessoas presentes. Ele afirma que não sabe o motivo do crime. "Não teve briga, não teve nada. As próprias imagens comprovam que eu estava conversando o tempo todo. Estava ébrio. Homens quando se encontram em boteco começam a conversar, parecem amigos de infância", afirma.
O advogado suspeito do atropelamento também é do Tocantins e foi preso  segunda-feira (1°/7). Em nota enviada à TV Anhanguera, a defesa do advogado que dirigia o carro disse que não vai se manifestar no momento. O advogado segue preso em Goiânia.

Vídeo mostra atropelamento em posto
Um vídeo de câmera de segurança mostra o momento em que o advogado atropela a vítima três vezes e depois foge do local. Diostekhan Rocha disse que não sabe a motivação do atropelamento e também relatou não ter sofrido ferimentos graves. "Inclusive, está sendo investigado pela Polícia Civil do estado de Goiás qual foi a motivação desse advogado, que atua no Tocantins, porque ele tentou me matar utilizando o carro. E outra coisa, falaram que eu estou ruim, que estava na UTI. Para todos verem, realmente estou cheio de escoriações, porém não quebrei nada, estou vivo, estou bem. Estou tranquilo", diz. Nas imagens de câmera de segurança, o advogado é visto entrando em um carro prata e manobrando até o pátio do posto de combustível. Em seguida, um homem se aproxima do carro e conversa com ele por alguns minutos. Em outro momento, a vítima tenta passar pela frente do carro, mas é atropelada e arremessada ao chão. O motorista acelera, dá ré e passa por cima da vítima mais duas vezes antes de ir embora. Depois do atropelamento, pessoas que estavam no posto correram para ajudar a vítima, enquanto o advogado fugia do local na quinta-feira (27/6).

Investigação
De acordo com o delegado Paulo Ribeiro, o advogado tem escritórios em Palmas, no Tocantins, e em Goiânia. O delegado contou que os dois homens chegaram juntos ao posto de combustíveis e foram flagrados pelas câmeras de segurança conversando de forma amigável e tomando bebidas alcoólicas no local. O investigador também informou que, apesar disso, os envolvidos alegaram em depoimento não se lembrar dos eventos que levaram ao atropelamento. Paulo Ribeiro disse que o advogado estava na casa de um parente quando foi localizado pela Polícia Civil na segunda-feira (1°/7). Também informou que o bacharel em direito, que não teve a identidade revelada, foi levado para o hospital e já teve alta. O investigador informou que, até o momento, outras duas pessoas foram ouvidas: a vítima e a noiva dele. De acordo com Paulo, o suspeito deve passar por audiência de custódia nesta terça-feira. Exames toxicológicos serão realizados para verificar se houve consumo de outras substâncias além do álcool. O caso está sendo tratado pela polícia como tentativa de homicídio. O delegado informou que funcionários do estabelecimento também serão ouvidos.