Quarta-feira, 27 de
Novembro de 2024
Direito & Justiça

Denúncia

Promotor cobrou R$ 3 milhões de empresário para enterrar investigação

Promotor é suspeito de exigir de empresário vantagem indevida no valor de R$ 3 milhões para arquivar procedimento investigatório criminal

Reprodução
post
O Tribunal de Justiça do Piauí expediu mandado de busca e apreensão contra o promotor

07 agosto, 2024

A Polícia Federal e o Ministério Público do Piauí deflagraram operação, nesta quarta-feira (7/8), para cumprir mandado de busca e apreensão, na cidade de Teresina (PI), contra um promotor de Justiça (Porque não  divulgar  o  nome dele?) suspeito de exigir R$ 3 milhões em dinheiro para arquivar investigação contra um empresário. De acordo com a Operação Iscariotes, a vítima procurou o plantão da Polícia Federal e relatou que havia sido abordada pelo promotor de Justiça em um restaurante, ocasião em que o investigado teria dado o prazo de poucos dias para que a vítima pagasse expressiva quantia para não ser mais investigada.  Considerando tratar-se de investigado com prerrogativa em razão da função pública, o fato foi comunicado ao Procurador-Geral de Justiça do Piauí, a quem cabe investigar membros do Ministério Público, que solicitou a cooperação da Polícia Federal, tendo em vista que a entrega do dinheiro era iminente.

Recebimento
Após seguidos dias de diligências, a equipe de investigação conseguiu confirmar o teor dos relatos da vítima, conseguindo, inclusive, registrar o recebimento de parte do montante pelo investigado. Diante da representação ministerial, o Tribunal de Justiça do Piauí expediu mandado de busca e apreensão contra o promotor. Comprovados os fatos sob investigação, o agente público poderá responder pelo crime de concussão, que consiste na conduta de exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida. O nome da operação faz referência a Judas Iscariotes, em razão do agente público, incumbido da função de fiscal da lei, ter traído a confiança nele depositada pelo Estado e pela instituição.