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Julho de 2024
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Execução

Ucraniana é morta a tiros ao levar ração para cães

Anastasiia Yalanskaya foi morta ao levar ração para cães em um abrigo em Kiev

Foto: Reprodução/Facebook
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A voluntária ucraniana Anastasiia Yalanskaya ajudava crianças e animais fugidos da guerra

08 março, 2022

Anastasiia Yalanskaya, de 26 anos, foi morta após ser baleada por soldados russos na  quinta-feira (3/3), em Kiev, capital da Ucrânia. Ela permaneceu na cidade em meio a invasão do exército de Vladimir Putin para trabalhar como voluntária ajudando crianças e animais, segundo informações da BBC. A ucraniana foi baleada dentro do carro, à queima-roupa, quando estava a caminho de um esconderijo que fica a 10 km da capital para levar ração aos cachorros. Andriy, que se identificou como um amigo próximo de Anastasiia, contou que a vítima teve a chance de escapar da guerra, mas ela quis permanecer na Ucrânia. "Nós propusemos uma mudança para a Bulgária, mas foi uma decisão dela continuar em Kiev e ajudar pessoas e animais", explicou o amigo. "O carro era uma BMW, não parecia um carro militar", disse o Andriy, após ser questionado se as tropas sabiam que o veículo levava civis. Ele revela ainda que o carro de Anastasiia foi alvejado em uma área totalmente ocupada pelos russos, quando ela estava na companhia de mais dois colegas. O pai de um deles, que ainda mora na região, está ajudando a manter os corpos das pessoas mortas conservados já que, no momento, não é possível transportá-los. "Ele mantém os corpos na própria casa, porque a cidade continua sendo um campo de batalha e nós não podemos levá-los ao necrotério", explicou Andriy à BBC. Ele revelou que está triste e com raiva, mas ressaltou que é importante que os ucranianos lutem contra as forças russas para proteger as suas famílias. “Eu acho que também é necessário que o espaço aéreo da Ucrânia seja fechado, além de criar um cinturão com outros países para agir contra a Rússia", avaliou Andriy. Na semana passada, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) declarou que os 30 países membros mantêm a decisão de não intervir diretamente. "Nós já deixamos claro que não vamos entrar na Ucrânia, nem no espaço aéreo, nem em solo. Se nós fizéssemos uma zona de exclusão aérea, teríamos que mandar aviões nossos e derrubar aviões russos", explicou Jens Stoltenberg, secretário-geral da aliança.