Domingo, 22 de
Dezembro de 2024
Mundo

Tensão

Brasileiros dizem viver momento de tensão enquanto aguardam pelos voos com destino ao Brasil

O conflito entre Israel e o Hamas começou no sábado (7/10). Balanço mais recente das autoridades locais indica que ao menos 1.120 pessoas morreram

Foto: Reprodução/arquivo pessoal/Cleomar Ribeiro
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Cleomar Ribeiro e Elismar Divino estão desde o dia 1º de outubro em Israel

09 outubro, 2023

Uma caravana composta por 64 brasileiros interrompeu o passeio religioso depois do início dos ataques do Hamas a Israel. Cleomar Ribeiro de Oliveira, de 56 anos, é professora em Araguaína, cidade no norte do Tocantins e está no grupo. Ela disse que a programação iria até o dia 12 deste mês, mas que por causa da situação no país está tentando voltar para o Brasil. "Não terminamos nosso passeio, no dia 12 iríamos sair daqui e ir para o Rio de Janeiro. Não temos mais clima para isso. Sem clima para isso, só tensão. Queremos voltar para o Brasil", contou a professora. O conflito entre Israel e o Hamas começou no sábado (7/10). Balanço mais recente das autoridades locais indica que ao menos 1.120 pessoas morreram, sendo 700 em Israel, 413 na Faixa de Gaza e 7 na Cisjordânia. Milhares de pessoas ficaram feridas. Outro grupo de brasileiros com tocantinenses está no país e tiveram as passagens de volta ao Brasil canceladas. Cleomar viajou junto com o marido Elismar Divino de Aguiar, de 66 anos, para Israel. A caravana chegou no país no dia 1º de outubro. Passaram pelo Egito, foram para Galileia e agora estão em um hotel no centro de Jerusalém, onde é considerado um local seguro. Segundo a professora, os brasileiros dessa caravana responderam um formulário com dados pessoais para enviar à embaixada, com intuito de adiantar a volta ao Brasil. "Estamos vendo que a situação aqui em Israel complicou um pouco. Soubemos que tem mais de 180 caravanas brasileiras no país. Passamos os nossos dados para a embaixada brasileira para que eles tomem providência em relação a nossa volta ao Brasil. Temos que sair o mais rápido de Israel", relatou. O retorno do grupo estava programado para o dia 12 de outubro, 3h no horário de Israel (9h horário de Brasília), partindo e Tel Aviv para o Rio de Janeiro. No hotel, os brasileiros receberam orientações sobre as sirenes. "Temos que descer para as escadas e ficar lá até 10 minutos, se não tiver ataques a gente volta para os quartos. Então a gente já está começando a viver uma tensão aqui". Cleomar ainda relembrou que durante a visita foi possível ver e ouvir os caças (tipo de aeronave militar). "Quando estávamos perto de Monte Carmelo, como é perto da base, ouvimos vários caças e víamos no céu vários, muitos caças ali na região".

Voo cancelado
Turistas de uma outra caravana brasileira que está em Israel teve voos cancelados. Do grupo composto por 37 pessoas, 13 conseguiram embarcar e 17 ficaram no país, que está em conflito. A caravana é composta por moradores de Araguaína, Palmas, Imperatriz (MA) e Parauapebas (PA). O pastor araguainense, Bueno Júnior, de 53 anos, que lidera a caravana afirmou neste domingo (8) que ainda não tem nenhuma previsão de voo para esses passageiros. Após os voos cancelados, o grupo voltou para o hotel em Jerusalém. O grupo extremista islâmico armado Hamas bombardeou Israel de surpresa e o país declarou guerra. O último balanço feito apontou que pelo menos 1.120 pessoas morreram. O pastor conseguiu filmar o momento em que soldados israelenses se despediam de familiares para defender o país. O pastor relatou ainda que, após companhia aérea cancelar o embarque dos passageiros, ele tenta contato com o Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty, para que as autoridades brasileiras intercedam com a empresa para viabilizar o retorno da caravana. Em pronunciamento no fim da manhã, a Força Aérea Brasileira (FAB) anunciou que dará início a uma operação de repatriação de brasileiros que estão na área de conflito em Israel e na Palestina. Um avião KC-30, com capacidade para 230 passageiros, será enviado ainda neste domingo de Natal (RN) para a Itália – onde ficará aguardando orientações para buscar brasileiros no Oriente Médio. O g1 entrou em contato com o Itamaraty questionando se eles receberam informações sobre as duas caravanas e aguarda resposta.

A guerra
Os combatentes do grupo extremista islâmico armado Hamas conseguiram atacar 22 locais em Israel  sábado (7/10). O ataque envolveu ações por terra e ar, o que levou as autoridades a declararem estado de guerra. Milhares de foguetes foram lançados e, em comunicado, os militares de Israel afirmaram que “vários terroristas infiltraram-se no território israelita a partir da Faixa de Gaza”. O grupo Hamas reivindicou o ataque e afirmou se tratar do início de uma grande operação para a retomada do território. Segundo os serviços de emergência, mais de mil pessoas morreram em Israel e na Faixa de Gaza. Outras milhares de pessoas ficaram feridas. Em resposta aos ataques, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que seu país está em estado de guerra. O premiê lançou a operação "Espadas de Ferro" e convocou uma reunião de emergência com autoridades de segurança. O país convocou uma grande quantidade de reservistas.