Roma (Itália) - A polícia italiana descobriu que 29 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca/Oxford eram mantidas em um armazém em Roma, na Itália. O número de imunizantes encontrados nesta quarta-feira (24/3) é maior do que a quantidade recebida por toda União Europeia. As informações são do jornal italiano La Stampa. Nas últimas semanas, após suspensão da vacinação em 13 países europeus após serem registrados casos de trombose e embolia entre vacinados pelo imunizante, a AstraZeneca vem encontrando dificuldades para cumprir o cronograma de entregas estabelecidos na europa. Segundo o jornal La Stampa, a farmacêutica havia prometido mais de 90 milhões de doses no primeiro trimestre deste ano. Porém, esse número foi atualizado duas vezes. Na primeira, passou para 30 milhões de doses até o final de março. Mas, até o momento,só chegaram 17 milhões de doses. De acordo com as autoridades europeias, a farmacêutica estava tentando exportar as doses para o Reino Unido sem o conhecimento europeu, pois a AstraZeneca continua a cumprir o contrato estabelecido com os britânicos. galpão onde as vacinas foram encontradas pertence a empresa Catelent, que opera na área de produção de medicamentos, de acordo com o jornal La Stampa.
Investigações
As investigações da polícia começaram após suspeitas de irregularidades devido aos dados fornecidos pela farmacêutica sobre o número de doses em produção e os dados das vacinas que seriam realmente entregues. Segundo o jornal New York Times, a União Europeia afirma não ter encontrado evidências de que as vacinas seriam exportadas para o Reino Unido. O Brasil recebeu a primeira remessa de vacinas do consórcio global Covax Facility no domingo (21/3). No primeiro lote, o Brasil recebeu 1.022.400 de doses do imunizante da Oxford/AstraZeneca fabricado na Coreia do Sul. O Ministério da Saúde afirmou ainda que mais 1,9 milhão de doses devem chegar até o final de março. (Foto: AP Photo/Manu Fernandez)
Ainda segundo o jornal, a AstraZeneca garantiu que das 29 milhões de doses encontradas, 16 milhões seriam para a União Europeia e as outras 13 milhões seriam destinadas para os países que estão no programa Covax, que prevê dar vacinas aos países com maiores dificuldades. O Brasil recebeu a primeira remessa de vacinas do consórcio global Covax Facility no domingo (21). No primeiro lote, o Brasil recebeu 1.022.400 de doses do imunizante da Oxford/AstraZeneca fabricado na Coreia do Sul. O Ministério da Saúde afirmou ainda que mais 1,9 milhão de doses devem chegar até o final de março.
Empresa contratada produzia doses sem saber o destino final
As investigações da polícia, segundo o jornal italiano, apontam que muitas das doses foram produzidas pela Halix, empresa subcontratada pela AstraZeneca para produzir vacinas nos Países Baixos - foram embaladas na Catalen, empresa dona do armazém onde as doses foram achadas. Mario Gargiulo, Presidente da Catalent, afirma que a empresa não tem conhecimento de qual o destino das doses que armazena e que só as envia para a sede da AstraZeneca na Bélgica, que faz a distribuição.
Criticas
Em declarações à Bloomberg, a fonte europeia deixou críticas à farmacêutica, dizendo que, quando pressionada, a empresa é capaz de entregar vacinas em maiores quantidades. Segundo o La Stampa, o lote encontrado pela polícia ainda não tem a aprovação da Agência Europeia do Medicamento para uso comunitário. O deputado alemão Manfred Weber foi ao Twitter, nesta quarta-feira (24/3), pedir “explicações urgentemente”. "AstraZeneca acumular vacina na Itália é inaceitável, dada a escassez", disse. Procurada pelo Yahoo! Notícias, a AstraZeneca não se manisfestou até a publicação desta matéria.
Fontes: Yahoo Notícias / Jornal La Stampa / jornal New York Times / www.poptvnews.com.br