Imagine completar 18 anos e receber cerca de R$ 126 mil (€ 20 mil) com uma única regra: não pode desperdiçar. Você poderia aplicar em um negócio próprio, comprar um imóvel ou investir nos estudos. A escolha é sua. Esta é a ideia do DIW (Instituto Alemão de Pesquisa Econômica): dar uma quantia de euros a cada habitante da Alemanha com o objetivo de reduzir desigualdades e equiparar às oportunidades no país europeu. Segundo estimativas do especialista em impostos, Stefan Bach, seriam necessários 22,6 bilhões de euros anuais (cerca de R$ 142 bilhões) para contemplar os 750mil jovens que fazem 18 anos anualmente na Alemanha. No país germânico os 10% mais ricos 67% da riqueza da Alemanha, aproximadamente € 12 trilhões, o que dá cerca de R$ 75 trilhões de reais. Enquanto 50% da população alemã fica com 1,3% da riqueza. Para financiar o programa, Bach sugere taxar grandes fortunas e impostos sobre heranças. "O imposto sobre herança, em particular, é impopular —embora muito poucos sejam afetados. (...) Se os aumentos de impostos fossem utilizados para uma herança básica, eles seriam certamente mais fáceis de transmitir aos ricos", explica o especialista.
À Brasileira
No Brasil os 10% mais ricos ficam com 80% da riqueza particular. Já quando diminuiu a faixa para os 1% mais ricos a desigualdade fica ainda maior. A parcela concentra 50% da fortuna brasileira, segundo dados do Laboratório das Desigualdades Mundiais. Por aqui também há uma ideia de distribuição de renda, mas por um montante menor e ao longo da vida. A ideia do vereador da cidade de São Paulo, Eduardo Suplicy (PT-SP), sugere criar a Renda Básica Universal. No projeto, Suplicy argumenta somar os valores concedidos à setores, por meio da anulação de impostos, a verba destinada ao antigo Bolsa Família. Em coluna publicada no jornal Folha de São Paulo, o vereador calcula que cada brasileiros receberia cerca de R$ 1.906 por ano.