Madri (Espanha ) - A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) participou de ato em apoio a Lula domingo (29/09) na cidade de Madri , na Espanha, e afirmou que ele deve sair da prisão com sua inocência reconhecida, e não com tornozeleira eletrônica. Dilma comentou o pedido encaminhado à Justiça pelos procuradores do Ministério Público Federal para que o ex-presidente Lula seja beneficiado pela prisão em regime semiaberto pelo fato de já ter cumprido um sexto de sua pena. "Ele não pode sair com um controle eletrônico amarrado na perna", disse a ex-presidente, segundo reportagem da Radio France Internationale (RFI). "Ele quer sair como um inocente. Só se sai da prisão com a cabeça em pé, não se sai curvado.” Dilma se referiu aos procuradores como “fiscais” ao criticar o regime semiaberto proposto. “Agora, os fiscais [procuradores] querem tirar Lula rapidamente da prisão. Ficou problemático para os fiscais manterem Lula preso até porque o Supremo Tribunal, a Corte Suprema brasileira, está querendo colocar um 'stop' nesse processo. E eles querem se antecipar. E, mais uma vez, pretendem submeter Lula a condições que nós consideramos incorretas", afirmou Dilma, de acordo com a RFI.
Fungos e Parasitas
A ex-presidente também criticou o presidente Bolsonaro por promover a destruição da Amazônia: “Bolsonaro quer as madeiras da Amazônia, que são de grande qualidade. Quer a exploração mineral, porque lá há ouro, potássio, terras raras, toda a diversidade mineral. O Brasil sem a Amazônia não é Brasil. Nós sabemos que há coisas que não se revertem. Você pode reverter uma lei, mas não reverte perdas como a da Amazônia”. E acrescentou: “A árvore da democracia está sendo atacada com fungos e parasitas, que a comem por dentro”.