EUA - O Facebook cresceu desde que nasceu como uma startup no campus da Universidade Harvard, nos Estados Unidos. Hoje, possui mais de dois bilhões de usuários, e a hiperconectividade que sua rede trouxe entre pessoas e culturas trouxe também problemas: influências em eleições no mundo todo por agentes políticos externos (e internos), propagação de discurso de ódio entre os mais graves. E tudo isso gira em torno de conteúdo, que deve ser moderado diariamente pela rede social. Eis que surgem aí muitos dilemas. Que tipo de conteúdo deve ser mantido, e qual deve ser apagado, sob o risco de violar a liberdade de expressão de seus usuários? Onde termina a liberdade e onde começa o discurso de ódio que pode causar mal e danos (até físicos) a outras pessoas? Até hoje, essa moderação ficava por conta apenas do Facebook, que tinha na figura de seu CEO, Mark Zuckerberg, a palavra final em casos de maior repercussão, como os posts polêmicos do presidente americano Donald Trump. Mas isso muda com o lançamento do chamado “Comitê de Supervisão”, apelidado de “suprema corte” do Facebook, um grupo parcialmente independente, composto por cerca de 40 pessoas, autoridade em seus campos, de jornalismo ao direito digital e direitos humanos, ao qual usuários podem apelar de decisões de moderação do Facebook que considerarem injustas. Por enquanto, o comitê vai avaliar conteúdos apenas do Facebook e do Instagram, e terá 90 dias para fazer a avaliação de cada um dos casos. Todo o processo será realizado dentro da plataforma do Facebook. “Tendo em vista que a comunidade do Facebook cresceu e tem atualmente mais de dois bilhões de pessoas, fica cada vez mais claro que a empresa do Facebook não deve tomar sozinha tantas decisões que afetam a liberdade de expressão e a segurança online dessas pessoas”, diz o texto no site do Comitê. “O Comitê de Supervisão foi criado para ajudar o Facebook a responder a algumas das perguntas mais difíceis sobre o tema da liberdade de expressão online: o que remover, o que permitir e por quê.” Entre os membros do comitê, estão a ativista, jornalista e ganhadora do Nobel da Paz, Tawakkol Karman, do Iêmen, e a professora Katherine Chen, de Taiwan. A aposta do Facebook é em um time diverso, multidisciplinar, de vários países, que ajudem a levar ao Comitê uma gama plural de visões. Do Brasil, quem representa é o professor de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Ronaldo Lemos.
Fontes: Yahoo Notícias / www.poptvnews.com.br