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Endurecem acusações contra policial que asfixiou Floyd e outros três agentes serão processados

A família de Floyd comemorou a decisão em comunicado divulgado por seu advogado, Ben Crump: "Este é um passo importante no caminho da justiça"

Foto: divulgação
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Protesto em Minneapolis após a morte de Floyd

03 junho, 2020

Minneapolis (EUA) - O procurador que investiga a morte de George Floyd endureceu as acusações contra o policial que o asfixiou, o qual acusa de "homicídio sem premeditação", e irá processar também outros três agentes presentes, segundo documentos judiciais. O agente Derek Chauvin, que, na semana passada, foi acusado de homicidio culposo, também será processado por homicídio sem premeditação, acusação que se soma às já existentes e que significa penas mais severas. Além disso, o procurador irá processar os outros três agentes que estavam no local, acusando-os de ajudar Chauvin. Eles serão acusados de ajudar e instigar um homicídio sem premeditação. Uma semana depois da morte de George Floyd, um homem negro de 46 anos que foi asfixiado por um policial branco em Minneapolis após a detenção, os protestos acontecem de costa a costa nos Estados Unidos. As manifestações, pacíficas em sua maioria, resultaram em distúrbios generalizados. Segundo levantamento da agência AP, mais de 5.600 pessoas foram presas desde o início dos protestos. Na segunda-feira (1/6) o presidente Donald Trump prometeu restaurar a ordem e ameaçou os estados com a mobilização dos militares. Em tom firme, pediu que os governadores e prefeitos usem as forças da Guarda Nacional em número suficiente para conter as ruas. "Se uma cidade ou estado se recusar a tomar as medidas necessárias para defender a vida e a propriedade de seus residentes, então implantarei as forças armadas dos Estados Unidos e rapidamente resolverei o problema para eles." Houve protestos também em frente à Casa Branca, que seguiam de forma pacífica, mas foram dispersados com bombas. Grande parte das manifestações transcorre de forma tranquila durante o dia, mas o cair da noite divide os grupos e tem mudado o clima em muitas regiões.

A MORTE DE GEORGE FLOYD

Desde o início da semana passada, milhares de pessoas pedem justiça pela morte de George Floyd. Negro e desarmado, o ex-segurança de 46 anos teve o pescoço prensado contra o chão por quase nove minutos pelo joelho de um policial branco em Minnesota. O agora ex-policial Derek Chauvin foi preso na sexta-feira (29/6) e transferido no domingo para uma prisão de segurança máxima, onde espera julgamento. O agente já foi objeto de 18 inquéritos disciplinares, dos quais 16 foram encerrados sem nenhum tipo de punição. Ele foi demitido da polícia logo após o episódio vir à tona. Nesta segunda, médicos independentes apontaram que Floyd foi morto por "asfixia mecânica", o que difere do relatório divulgado pela polícia anteriormente. A ação, gravada por testemunhas que passavam pelo local, viralizou nas redes sociais e mobilizou o país. Os atos contra a violência sistemática da polícia têm escancarado mais uma vez as desigualdades e o racismo estrutural que atravessa as instituições americanas. Eles ganham força no momento em que o país sofre com a pandemia do coronavírus, que já matou mais de 100 mil pessoas e mergulhou os americanos -principalmente os negros- em uma combinação de crise econômica e de saúde pública sem precedente.

Fontes: AFP / FolhaPress / www.poptvnews.com.br