Goiânia (GO) - A Polícia Civil de Goiás prendeu nesta quarta-feira (22/9) suspeitos de integrar um grupo de roubo de cargas que agia com violência contra caminhoneiros e causou um prejuízo de R$ 80 milhões. Os roubos aconteciam em diversos estados do país e os produtos eram revendidos em Goiás. Áudios obtidos pela polícia mostram o grupo fazendo ameaças e falando sobre blitz policiais. Dois homens foram presos nesta manhã. Outros seis já estavam presos. Todos são suspeitos de serem os líderes da organização criminosa. Um deles é empresário e outro, dono de uma garagem de carros. Os nomes deles não foram divulgados e, com isso, o g1 não conseguiu identificar as defesas até a última atualização dessa reportagem. Além das prisões, a polícia cumpre 14 mandados de busca e apreensão nesta manhã. Os suspeitos foram ouvidos pela polícia e negaram envolvimento nos crimes. Em um áudio encontrado pela polícia, um homem faz ameaças e ostenta poder de fogo. "Estou com uns pentão caracol, eu estou com quase mil balas. Sai para a porta aí, põe a cara. Põe a cara, ladrão, põe a cara”, diz o suspeito de integrar a organização. Em outra conversa, um segundo suspeito alerta comparsas dobre barreiras policiais. “Deixa eu te falar, desce para cá não. Não desce não, de jeito nenhum! Se tu for descer, vem pelo centro. Olha, nos viadutos tudinho aqui o menino falou, até no outro posto, está topado de polícia. E na estrada, onde sobe para casa e dá o retorno, cheio de polícia. Nem invente de descer para cá”, disse.
Organização
Segundo as investigações, o grupo era especializado no roubo de cargas de combustíveis e cervejas. Porém, eles também roubaram alimentos, óleo de soja e medicamentos. Os crimes aconteciam principalmente em Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Distrito Federal e todos os estados do Nordeste. Os produtos eram encaminhados principalmente para Goiânia e Anápolis, a 55 km da capital, onde eram revendidos a postos de combustíveis, supermercados e farmácias. “Esses são criminosos que agiam com violência, não cooptavam motoristas, os rendiam mesmo. Temos áudios em que eles ameaçam policiais, então é um grupo bem perigoso e agimos rápido”, disse o delegado Alexandre Bruno. Um dos integrantes, segundo a polícia, se aproveitou dos lucros dos crimes e abriu um supermercado na capital. No local, seria feito a lavagem de dinheiro da organização criminosa.