Após banhistas relatarem que uma aeronave de pequeno fez voos rasantes pelo lago de Palmas e até teria passado debaixo da ponte Governador José Wilson Siqueira Campos, o major Gustavo Bolentini, diretor do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), fez alertas sobre a conduta. O caso foi registrado no fim da tarde de sábado (22/6). Algumas pessoas conseguiram filmar momentos que o avião passou bem próximo do lago. A situação não foi registrada por nenhum órgão oficial. Segundo explicou o major Bolentini em vídeo publicado nas redes sociais na terça-feira (25), a mínima falha no planejamento do piloto ao passar por baixo de uma ponte poderia causar acidentes fatais. "Imagine se esse cara toca com a ponta da pá daquele avião, cai em cima dos barcos e morrem ali 20, 30 pessoas. Ou se por um acaso ele toma uma rajada de vento. A gente está na época de rajada de vento aqui no Tocantins, e aquele petrel [avião que pousa na terra e na água] muda de direção e bate na ponte", considerou. Além de causar mortes, Boletini ainda citou os problemas estruturais na ponte, que impactariam toda a população. "Se bate, interdita e as pessoas não podem transitar por 10, 20, 30 dias, nem de Luzimangues para cá, nem de Palmas para lá [...] e aí todo mundo vai ficar no prejuízo por causa da irresponsabilidade de um piloto que decidiu naquele dia passar por debaixo da ponte", completou.
Entenda
A engenheira ambiental Roseanne Batista, de 33 anos, contou que estava com amigos quando a aeronave passou bem baixo pelo lago. "Achei até que iam pousar, porém depois ele retornou por baixo da ponte e não avistei mais". Já o empresário Eduardo Ramon, que dono de um dos flutuantes que transporta turistas em passeios, os voos rasantes aconteceram nos últimos dois fins de semana. "Chamou muita atenção. Acho extremamente perigoso, pois coloca em perigo não só a vida do piloto, mas a todos os usuários do lago", comentou. Outros vídeos do momento foram enviados à TV Anhanguera mostram a altura que o avião chegou, próxima da lâmina de água do Lago. O g1 e a TV Anhanguera pediram informações sobre o caso para a Força Aérea e para o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), mas não houve resposta até a publicação desta reportagem. A Capitania Fluvial do Araguaia-Tocantins informou que não houve registro e que não tem competência para o caso.