Uma das cerca de 30 vítimas que afirmam terem sido abusadas pelo médico ginecologista Paulo Rodrigues do Amaral, de 61 anos, durante exames relatou que sofreu abuso quando tinha apenas 14 anos e teve uma gravidez precoce. Pela ingenuidade, não entendeu bem o que houve na época. Os toques desnecessários foram na hora do parto e ela contou o que passou nas mãos do médico. "Eu cheguei no pré-parto e depois já fui direto para sala de parto que já foi bem, bem rápido. Aí quando a enfermeira chegou, ela chegou de touca e ficou de costa pra mim empurrando minha barriga. Quando ela empurrava minha barriga, ele massageava meu clitóris, falava que e eu me esfregava em homem por isso que eu tava ali, e ela sorrindo muito", relembrou. A defesa do médico informou que não poderia comentar o caso por estar em segredo de justiça, mas reafirmaram a defesa do profissional. Além de tocar as partes íntimas da jovem em um momento em que ela estava sem ter como se defender, o médico ainda teria a feito com que o pé dela ficasse encostando no pênis dele. "Aí ele falou, o prazer que você não teve para poder ter engravidado do seu filho você vai ter agora, e massageando meu clitóris, e colocando meu pé no pênis dele. Aí, isso foi assim, o parto inteiro, não teve um minuto de paz no meu parto, foi o parto inteiro, ele massageando, falando, colocando o pé e soltando muita piadinha pornográfica", afirmou. Como era jovem, a paciente não conseguiu na época dimensionar a gravidade da atitude do médico. "Hoje eu vejo com toda clareza isso. No tempo eu ficava confusa o que é que o que tinha acontecido, hoje em dia eu sei tudo que aconteceu", contou. Depois de anos enfrentando o trauma dos abusos relatados, a vítima espera que o suspeito pague pelos supostos crimes. "Eu espero que ele fique preso, que ele pague por todos os casos e que todo mundo que realmente tem sido abusado por ele não ficar com vergonha. Porque quanto tempo que eu fiquei com vergonha ele continuou abusando mais e mais pessoa", alertou. Outras denúncias de situações semelhantes surgiram e ele foi preso novamente no dia 21 de julho do ano passado, e não saiu mais. Pelo menos 30 mulheres alegam que foram abusadas pelo médio Paulo Amaral. Os abusos teriam acontecido em clínicas, hospitais e postos de saúde que o médico atuou no Tocantins. O Ministério Público do estado (MPTO) denunciou Paulo Amaral por crimes contra 11 vítimas. O processo que o mantém preso está na fase final.
Defesa
Em 2023, a defesa do médico chegou a pedir uma investigação sobre o estado mental do ginecologista, que foi negado pela Justiça. A justificativa é que ele não estaria com doença mental na época dos crimes. A defesa recorreu. A TV Anhanguera pediu uma entrevista com os advogados do médico. Mas foi enviada uma nota em que afirmam que o processo está em segredo de Justiça, portanto não estão estão autorizados a comentar o caso. Mas reafirmam que o médico e inocente e que é "um profissional de medicina há mais de 30 anos, com um legado significativo na cidade e no estado. Sua trajetória é marcada pela ética, dedicação e um compromisso incansável com o bem-estar de seus pacientes. E que acreditam firmemente que as acusações feitas contra ele são injustas e que confiam plenamente no sistema Judiciário para esclarecer a verdade". O Conselho Regional de Medicina (CRM) informou em nota que os fatos já são de conhecimento do CRM e que os procedimentos instaurados tramitam em sigilo processual. Também afirmou que o médico já foi penalizado publicamente em processos éticos dentro do CRM.
Veja nota da defesa na íntegra:
Em resposta às recentes solicitações de informações sobre o caso do Dr. Paulo Rodrigues do Amaral, gostaríamos de esclarecer que, devido ao processo tramitar em segredo de justiça, e por respeito ao judiciário, bem como às supostas vítimas, não estamos autorizados a comentar detalhes do processo em curso. Entretanto, aproveitamos esta oportunidade para reafirmar a inocência de nosso cliente. O Dr. Paulo Rodrigues do Amaral é um profissional da medicina há mais de 30 anos, com um legado significativo na cidade e no estado do Tocantins. Sua trajetória é marcada pela ética, dedicação e um compromisso incansável com o bem-estar de seus pacientes. Acreditamos firmemente que as acusações feitas contra ele são injustas e confiamos plenamente no sistema judiciário para esclarecer a verdade. O respeito ao processo legal e aos procedimentos judiciais é primordial para nós. Portanto, embora não possamos participar de uma entrevista neste momento, devido às restrições legais e éticas, estamos comprometidos em cooperar plenamente com as autoridades competentes. Confiamos que, ao final deste processo, a justiça prevalecerá e o Dr. Paulo Rodrigues do Amaral será exonerado de todas as acusações infundadas. Até lá, pedimos à mídia e ao público que respeitem a privacidade e a presunção de inocência de todas as partes envolvidas.