Em busca dos votos femininos, a primeira-dama Michelle Bolsonaro assumiu o protagonismo da fala ao eleitorado em um culto religioso em Belo Horizonte (MG) na manhã deste domingo (7/8) ao lado de seu marido, o presidente Jair Bolsonaro (PL). Ela discursou durante cinco minutos, depois de uma fala breve do mandatário. "É um momento muito difícil, irmãos. Não tem sido fácil. É uma briga, uma guerra do bem contra o mal. Mas eu creio que nós vamos vencer, porque Jesus já venceu na cruz do calvário", declarou, repetindo frases que o presidente costuma dizer. Ela continuou afirmando que os dois são apenas um deputado e uma dona de casa, mas "o Senhor viu graça" neles. Disse ainda que antes o Planalto era "consagrado a demônios", mas hoje é "consagrado ao Senhor", e em seguida se referiu ao marido como rei do Brasil. "Podem me chamar de fanática, podem me chamar de louca. Eu vou continuar louvando nosso Deus. Vou continuar orando [...], porque por muitos anos, por muito tempo, aquele lugar foi consagrado a demônios, cozinha consagrada a demônios, Planalto consagrado a demônios. E, hoje, consagrado ao Senhor Jesus", disse. Ali, eu sempre falo e falo para ele [Bolsonaro], quando eu entro na sala dele e olho para ele e para aquela cadeira: essa cadeira é do presidente maior, é do rei que governa essa nação", acrescentou. Michelle tem intensificado a participação nos atos em favor do marido como forma de melhorar a imagem do presidente juntos às mulheres. Foi assim também na convenção que o sagrou candidato pelo PL, há duas semanas. Na ocasião, ela fez uma fala repleta de referências religiosas e mencionou, mais de uma vez, o atentado a Bolsonaro em 2018, em Juiz de Fora (MG), repetido neste domingo: "É uma renúncia estar do outro lado. Pagamos um alto preço. E às vezes até com a vida, como tentaram tirar do meu marido em 2018", disse em Belo Horizonte (MG). A estratégia pode estar tendo efeito nas pesquisas. No último levantamento do instituto Datafolha, o presidente viu crescer sua intenção de votos entre o público feminino, um dos mais vitais e impermeáveis a ele na corrida eleitoral de 2022. Segundo a nova rodada, realizada em 27 e 28 de julho, Bolsonaro subiu de 21% para 27% nesse grupo em um mês, acima da margem de erro. Ele, porém, ainda perde com larga distância de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tinha 49% antes e oscilou negativamente para 46%. Neste domingo o casal participou da cerimônia em comemoração aos 50 anos de atuação do pastor Marcio Valadão à frente da Igreja Batista da Lagoinha, na capital mineira, e recebeu uma bênção ajoelhado. Por volta das 9 horas, uma fila para entrar na igreja dava volta no quarteirão em que fica o templo. A igreja normalmente já fica cheia nos cultos de domingo. A celebração começou às 10h. A maioria dos fiéis não usava camisas amarelas nem com fotos do presidente. Bolsonaro também ampliou sua vantagem sobre Lula entre os evangélicos na última pesquisa, passando agora a ter 43% contra 33% do petista. Pode haver uma intersecção nos segmentos, puxando para cima a intenção do presidente entre mulheres.
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