Quinta-feira, 14 de
Novembro de 2024
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Liberdade

Cestas básicas: Empresário preso é solto

Joseph Madeira estava no presídio de Palmas e foi solto nesta sexta-feira (23/8)

Foto: Divulgação/Redes sociais
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Empresário Joseph Madeira

24 agosto, 2024

O empresário Joseph Madeira foi solto após pagar fiança de R$ 100 mil. Ele foi preso por não estar com um celular que seria apreendido pela Polícia Federal, segundo a defesa dele. A prisão aconteceu durante operação da Polícia Civil, que investiga o desvio dinheiro para compra de cesta básica na pandemia. O governador Wanderlei Barbosa, dois filhos, a primeira-dama, outros empresários e políticos também são investigados. À TV Anhanguera a defesa do empresário disse que "a liberdade foi deferida e ele responderá o processo com tranquilidade". Sobre as investigações, a defesa informou ao g1 que só deve se manifestar após ter acesso a totalidade do processo. O motivo de Joseph ser alvo da investigação não foi informado, já que o inquérito está sob sigilo. O empresário ocupa a presidência do Sindicato das Empresas de Segurança Privada, de Transporte de Valores, de Cursos de Formação e de Segurança Eletrônica do Estado do Tocantins (SindespTO) e da Associação Comercial de Palmas (Acipa).

Operação Fames-19
A ação da polícia resultou no cumprimento de 42 mandados de busca e apreensão na última quarta-feira (21). Segundo o advogado Antonio Ianowich, que defende o empresário, no início das buscas Joseph não estava em casa e assim que foi contatado pelo delegado, colaborou com o cumprimento da ordem judicial. A prisão ocorreu porque, segundo a defesa, durante cumprimento de mandado de prisão os policiais não encontraram o celular pessoal de Joseph. Por esse motivo, a autoridade policial deu voz de prisão a ele. A ação foi considerada pelo advogado um ato de 'abuso de poder'. O aparelho celular em questão ficou em posse dos advogados do empresário, que se comprometeram a entregar às autoridades judiciárias.

Investigação
A Polícia Federal informou que a investigação apura desvio de recursos públicos por meio da distribuição de cestas básicas, durante a pandemia de COVID-19. Wanderlei era vice-governador na época do suposto esquema, entre 2020 e 2021. São cumpridos 42 mandados de busca e apreensão e outras medidas cautelares patrimoniais. Entre os outros alvos estão políticos e empresários. O objetivo é aprofundar investigações relacionadas ao pagamento a empresas contratadas para o fornecimento de cestas básicas. Segundo a PF, há fortes indícios da existência de um esquema montado entre os anos de 2020 e 2021, utilizando-se do estado de emergência em saúde pública e assistência social, para contratação de grupos de empresas previamente selecionadas para o fornecimento de cestas básicas. As empresas teriam recebido a totalidade do valor contratado, porém entregariam apenas parte do quantitativo acordado. A operação foi chamada de Fames-19 em referência à insegurança alimentar ocasionada pela pandemia de COVID-19. Fames, significa fome em latim e 19 faz alusão ao ano em que a doença foi descoberta

O que dizem os citados
Wanderlei Barbosa afirmou que, na época, não dava ordens sobre nenhuma despesa relacionada à distribuição das cestas. Ele era vice-governador no período do suposto esquema, entre 2020 e 2021 O governo do Tocantins afirmou que colabora com as investigações. Karynne Sotero, primeira-dama e secretária extraordinária de Participações Sociais, afirmou em nota "recebeu com espanto e perplexidade a notícia de que é alvo de busca e apreensão". O Sebrae-TO disse que contribui para apresentar todas as informações de forma transparente a respeito da Operação Fames-19 e destacou que no período investigado o atual superintendente, Rérison Antônio Castro, não fazia parte do corpo técnico do Sebrae. Ele disse em nota que recebeu "com absoluto espanto" a notícia que era alvo de um mandado de busca e apreensão em relação ao suposto desvio de cestas básicas e que segue à disposição da Justiça para prestar os esclarecimentos.O deputado estadual Léo Barbosa (Republicanos) disse que prestou os esclarecimentos necessários à polícia e que não imaginava que "o consórcio informal de R$ 5 mil poderia gerar tamanho transtorno". 

Veja íntegra da nota de Wanderlei Barbosa
O Governador Wanderlei Barbosa informa que recebeu com surpresa, porém com tranquilidade, a operação ocorrida nesta manhã, sobretudo porque na época dos fatos era vice-Governador e não era ordenador de nenhuma despesa relacionada ao programa de cestas básicas no período da pandemia. “Como todos já sabem, a única alusão ao meu nome em toda essa investigação foi a participação num grupo de consórcio informal de R$ 5.000,00 com outras 11 pessoas, no qual uma delas era investigada.” Ressalta ainda que deseja a apuração célere e imparcial dos fatos, pois está confiante na sua inocência e na Justiça, estando sempre a disposição para colaborar com as investigações.

Veja íntegra da nota do governo do Tocantins
O Governo do Estado Tocantins informa que colabora com a Polícia Federal no cumprimento dos mandados de busca e apreensão realizados na manhã desta quarta-feira, 21, referente a Operação Fames-19, que investiga supostos desvios na compra de cestas básicas nos anos de 2020 a 2021. É do interesse do Governo do Estado que tais fatos sejam devidamente esclarecidos.

Veja a íntegra da nota de Léo Barbosa
Sobre a operação da Polícia Federal desta quarta-feira, 21, informo que prestei todos os esclarecimentos necessários e sigo colaborando com as investigações. Nunca imaginei que uma modalidade de consórcio informal de R$ 5.000,00, do qual eu fazia parte com outras 11 pessoas poderia gerar tamanho transtorno e embaraço jurídico. Já forneci a Justiça todos os elementos que demonstram a minha inocência. Tenho certeza que no transcorrer do processo isso ficará provado. Sigo confiante na Justiça e nas instituições democráticas e desempenhando normalmente o meu trabalho como deputado estadual mais votado do Tocantins.

Veja a íntegra da nota da primeira-dama Karynne Sotero
A Primeira-Dama e secretária extraordinária de Participações Sociais Karynne Sotero recebeu com espanto e perplexidade a notícia de que é alvo de busca e apreensão uma vez que não faz parte do processo investigatório e sequer é citada. Esclarece ainda que não era sequer primeira-dama do estado a época dos fatos investigados. Ressalta que está tranquila em relação ao desenrolar da investigação e confiante na Justiça.

Veja a íntegra da nota do Sebrae

O Sebrae Tocantins esclarece que não está medindo esforços com intuito de apresentar todas as informações de forma transparente a respeito da Operação Fames-19. Importante destacar que no período investigado o atual superintendente, Rérison Antônio Castro, não fazia parte do corpo técnico do Sebrae.

Veja a íntegra da nota de Rérison Castro
Recebi com absoluto espanto a notícia que esta manhã fui alvo de um mandado de busca e apreensão em relação ao suposto desvio de cestas básicas. Na época eu era presidente da Agência Estadual de Metrologia e nunca tive qualquer relação com aquisição, licitação ou distribuição de cestas básicas. Assim como meu pai, o governador Wanderlei Barbosa, a minha única relação como qualquer pessoa citada neste processo é um consórcio informal de R$ 5.000,00 e que absolutamente nada tem a ver com o caso investigado. Sigo à disposição da Justiça e das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos sobre o assunto e permaneço confiante que a verdade virá a tona.