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Secretário de Bento XVI é afastado após livro polêmico

O livro pareceu para alguns como uma possível interferência em seu pontificado pelo papa emérito e para outros como um aviso de advertência da ala tradicionalista da Igreja Católica

Foto: Divulgação
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O Papa emérito, Bento XVI

06 fevereiro, 2020

Vaticano  - O secretário particular do Papa emérito, Bento XVI, no centro de uma polêmica em torno de um livro sobre o celibato, foi licenciado, segundo um jornal alemão, enquanto o Vaticano evocou uma diminuição de suas funções. O arcebispo alemão Georg Gänswein é normalmente responsável como "prefeito da Casa Pontifícia" - cargo de grande visibilidade - por organizar as audiências do papa Francisco, acompanhando os fiéis ou chefes de Estado. Mas o prelado de 63 anos não é visto há várias semanas nessa função. O jornal bávaro Tagespost - próximo do arcebispo que lhe concedeu uma rara entrevista em 17 de janeiro - afirma que ele foi posto em licença, sine die. "O secretário particular do papa emérito permanece à frente da prefeitura, responsável pelas audiências públicas do papa, mas foi licenciado para conceder mais tempo a Bento XVI", escreveu o jornal, que explica esse afastamento pela controversa publicação de um livro co-assinado pelo papa emérito e pelo cardeal ultra-conservador guineense Robert Sarah. "Sua ausência de certos audiências nas últimas semanas" está ligada a uma "redistribuição comum de vários compromissos e tarefas do prefeito da Casa Pontifícia, que como vocês sabem é também o secretário pessoal do papa emérito", minimizou o diretor de comunicação do Vaticano, Matteo Bruni, contactado pela AFP. O arcebispo Gänswein é responsável pelo bem-estar do papa emérito Bento XVI, 92 anos, decidindo sobre seus compromissos em seu mosteiro na Cidade do Vaticano, onde mora com ele. A publicação, em meados de janeiro, de uma obra defendendo fortemente o celibato dos padres, um tema polêmico na Igreja, levantou muitas questões sobre sua paternidade. Ele trazia na capa as fotos de Bento XVI e do cardeal Robert Sarah. Enquanto o papa Francisco deve se pronunciar muito em breve sobre a questão do celibato sacerdotal na Amazônia, o livro pareceu para alguns como uma possível interferência em seu pontificado pelo papa emérito e para outros como um aviso de advertência da ala tradicionalista da Igreja Católica.

Fonte: AFP / Poptvnews