Quarta-feira, 27 de
Novembro de 2024
Estado

Investigação

PF investiga Edgar Tolini, ex-secretário de saúde, do Tocantins

Juiz federal determinou quebra do sigilo bancário, sequestro de bens e apreensão de passaportes. Operação investiga prejuízo de R$ 13,7 milhões aos cofres públicos

Foto: Mylena Rodrigues/TV Anhanguera
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Ex-secretário de saúde do Tocantins Edgar Tolini

19 julho, 2022

A Polícia Federal iniciou na manhã desta terça-feira (19/7) uma operação para investigar a suposta utilização de aviões contratados pelo governo estadual para viagens pessoais do ex-secretário de saúde do Tocantins, Edgar Tolini, e da esposa dele Thaís de Carvalho. A investigação apura ainda o pagamento de propina pelo aluguel da unidade onde funcionou o hospital de Covid-19, causando um prejuízo total de R$ 13,7 milhões aos cofres públicos. O médico Edgar Tolini foi responsável pela saúde do Tocantins durante o governo de Mauro Carlesse (Agir), que renunciou ao cargo para se livrar de um processo de impeachment. Tolini acabou deixando a Secretaria de Estado da Saúde (SES) dias após o governador ser afastado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) devido a diversos indícios de corrupção. A decisão assinada pelo juiz federal João Paulo Abe, da 4ª Vara Federal criminal, determinou buscas para apreensão de documentos em endereços do ex-secretário, da esposa e do sogro dele, Geraldo de Carvalho, entre outros. Os mandados estão sendo cumpridos em Palmas e Goiânia. A operação foi chamada de Voo de Ícaro. O g1 ainda tenta contato com a defesa dos investigados. A investigação começou depois que um servidor público compareceu na delegacia da PF denunciando que aeronaves contratadas pelo governo, inclusive UTIs aéreas, estariam sendo utilizadas por Edgar Tolini para viagens de Palmas a Goiânia (GO) durante os fins de semana. Relatou ainda que parte do dinheiro pago pelo estado pelo aluguel do Hospital de Campanha da Covid-19 era destinado a gestores do estado em forma de propina. Após a denúncia, a PF começou a monitorar a utilização das aeronaves e montou um relatório relacionando as viagens do casal com a utilização dos aviões contratados pelo governo estadual. As aeronaves supostamente foram fornecidas pela empresa Brasil Vida Táxi Aéreo, que assinou dois contratos com o governo do Tocantins entre 2020 e 2021 para transporte de táxi aéreo e UTI aérea, totalizando R$ 20.886.300. Segundo a polícia, o ex-secretário de saúde também é investigado em um suposto esquema de superfaturamento na compra de leitos hospitalares. O dinheiro adquirido nos esquemas estaria sendo lavado por meio da compra de imóveis, carros e itens de luxo, além de depósitos em uma conta no exterior. “No caso vertente, existem consistentes elementos de informação que permitem inferir que o investigado Luiz Edgar Leão Tolini tenha utilizado aviões que prestam serviço para o Estado do Tocantins, para uso pessoal, bem como, de que estaria lavando dinheiro por meio da construção de uma residência em um condomínio em Goiânia, com o indispensável auxílio de sua esposa, Thaís de Carvalho Costa, e de seu sogro Geraldo de Carvalho”, diz trecho da decisão. Além dos mandados de busca, o juiz também determinou a quebra do sigilo bancário, sequestro de bens móveis e imóveis dos três investigados, até o valor do prejuízo investigado, e o recolhimento do passaporte de ambos para evitar fuga do país.

O que diz a Brasil Vida Táxi Aéreo e a Secretaria de Saúde

A Brasil Vida esclarece que não é investigada na operação da Polícia Federal e que forneceu uma cópia dos seus servidores de forma a colaborar com as investigações policiais. Esclarece ainda que todos os voos foram realizados mediante solicitação do Governo do Tocantins, com base em contrato firmado com o referido Ente, e com a emissão das devidas notas fiscais. A empresa continua à disposição para colaborar com as investigações.

Secretaria de Estado da Saúde

Acerca da Operação Policial deflagrada na manhã desta terça-feira (19) sobre supostas fraudes em contratos para transporte aéreo na Saúde do Tocantins, que cita um ex-gestor da Pasta, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) informa que até o momento a Pasta ou seu atual gestor não foram demandados pela justiça sobre o assunto.  A SES-TO afirma que está à disposição das autoridades para prestar eventuais esclarecimentos pertinentes à Pasta. Por fim, a SES-TO reafirma o compromisso da gestão pelo zelo na prestação dos serviços públicos de saúde à população tocantinense.