Quarta-feira, 27 de
Novembro de 2024
Estado

Incompatibilidade

Dois PMs presos por assassinatos em Goiás movimentaram juntos mais de R$ 11 milhões,  diz MP

De acordo com o documento, as movimentações bancárias dos policiais são vultosas e incompatíveis com os rendimentos da Polícia Militar

Foto: Thauany Melo/g1 Goiás
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Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas em Goiânia, Goiás

24 setembro, 2023

Um documento do Ministério Público de Goiás revelou que dois PMs presos por uma série de assassinatos em Goiás movimentaram juntos mais de R$ 11 milhões em um período de cerca de 4 anos. De acordo com a declaração obtida pelo g1, as movimentações bancárias dos policiais são vultosas e incompatíveis com os rendimentos da Polícia Militar. As movimentações bancárias são dos oliciais militares Marcos Jesus Rodrigues e Almir Tomas de Aquino Moura. No documento, consta que Marcos movimentou cerca de R$ 6 milhões durante o período de 4 anos. Já Almir Tomas de Aquino Moura movimentou R$ 5,8 milhões em um período de três anos, sendo eles com dois picos significativos no final do ano de 2020 e início dos anos de 2021 e 2022. O g1 tentou contato com a defesa de Marcos e Almir, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.

Operação Tesarac
A Polícia Civil de Goiás prendeu policiais militares no dia 19 de setembro na "Operação Tesarac" , que que investiga assassinatos em Anápolis e Terezópolis de Goiás. Segundo a Secretaria de Seguraça Pública (SSP), foram cumpridos 10 mandados de prisão temporária, 18 mandados de busca e apreensão em Anápolis, Caldas Novas, Nerópolis, Nova Veneza, Goiânia e Brasília (DF). Ainda de acordo com o documento do MP, os militares são suspeitos de promover falsos confrontos para eliminar testemunhas.Em nota, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) afirma que acompanha a investigação e que aguarda a conclusão da apuração para as providências cabíveis à instituição (íntegra no final da matéria). Questionada sobre a operação, a Polícia Militar afirma que a SSP deve se posicionar sobre o caso. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública, junto com todas as Forças de Segurança, “reitera que não compactua com nenhum tipo de desvio de conduta”. A Corregedoria da PM-GO informou que abriu os os procedimentos legais cabíveis. Sobre a prisão dos PMs, a SSP detalhou que o Comando de Correições e Disciplina da PM acompanhou o cumprimento de mandados de prisões temporárias e de busca e apreensão, feitos pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Anápolis.

Íntegra da nota do MP-GO
"O MPGO está acompanhando a investigação feita pela Polícia Civil e a Corregedoria da Polícia Militar, por meio das Promotorias Criminais de Anápolis e do Grupo de Atuação Especial no Controle Externo da Atividade Policial e na Segurança Pública (Gaesp), e aguarda a conclusão da apuração para as providências cabíveis à instituição."