Um documento do Ministério Público de Goiás revelou que dois PMs presos por uma série de assassinatos em Goiás movimentaram juntos mais de R$ 11 milhões em um período de cerca de 4 anos. De acordo com a declaração obtida pelo g1, as movimentações bancárias dos policiais são vultosas e incompatíveis com os rendimentos da Polícia Militar. As movimentações bancárias são dos oliciais militares Marcos Jesus Rodrigues e Almir Tomas de Aquino Moura. No documento, consta que Marcos movimentou cerca de R$ 6 milhões durante o período de 4 anos. Já Almir Tomas de Aquino Moura movimentou R$ 5,8 milhões em um período de três anos, sendo eles com dois picos significativos no final do ano de 2020 e início dos anos de 2021 e 2022. O g1 tentou contato com a defesa de Marcos e Almir, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
Operação Tesarac
A Polícia Civil de Goiás prendeu policiais militares no dia 19 de setembro na "Operação Tesarac" , que que investiga assassinatos em Anápolis e Terezópolis de Goiás. Segundo a Secretaria de Seguraça Pública (SSP), foram cumpridos 10 mandados de prisão temporária, 18 mandados de busca e apreensão em Anápolis, Caldas Novas, Nerópolis, Nova Veneza, Goiânia e Brasília (DF). Ainda de acordo com o documento do MP, os militares são suspeitos de promover falsos confrontos para eliminar testemunhas.Em nota, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) afirma que acompanha a investigação e que aguarda a conclusão da apuração para as providências cabíveis à instituição (íntegra no final da matéria). Questionada sobre a operação, a Polícia Militar afirma que a SSP deve se posicionar sobre o caso. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública, junto com todas as Forças de Segurança, “reitera que não compactua com nenhum tipo de desvio de conduta”. A Corregedoria da PM-GO informou que abriu os os procedimentos legais cabíveis. Sobre a prisão dos PMs, a SSP detalhou que o Comando de Correições e Disciplina da PM acompanhou o cumprimento de mandados de prisões temporárias e de busca e apreensão, feitos pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Anápolis.
Íntegra da nota do MP-GO
"O MPGO está acompanhando a investigação feita pela Polícia Civil e a Corregedoria da Polícia Militar, por meio das Promotorias Criminais de Anápolis e do Grupo de Atuação Especial no Controle Externo da Atividade Policial e na Segurança Pública (Gaesp), e aguarda a conclusão da apuração para as providências cabíveis à instituição."