Quinta-feira, 14 de
Novembro de 2024
Estado

Justiça

Com prisão de suspeitos, avó quer saber onde está neto desaparecido há meses

Os policiais estão no Quartel do Comando Geral (QCG), em Palmas - Tocantins

Foto: TV Anhanguera/Reprodução
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Eva Reis que saber onde está o neto

17 novembro, 2023

Após a prisão de dois militares suspeitos de estarem envolvidos no desaparecimento do jovem Filipe Coelho Siqueira, de 21 anos, a família do jovem quer saber o paradeiro dele. O caso aconteceu em Paraíso do Tocantins e apesar da prisão, informações sobre onde está o jovem não foram divulgadas. Os militares presos na quinta-feira (16/11) são Felipe Augusto Lovato da Rocha e Ismael Nascimento da Conceição. Eles estão no Quartel do Comando Geral (QCG), em Palmas. A defesa informou que ainda não teve acesso ao processo. Filipe foi visto pela última vez no dia 1º de agosto. Câmeras de segurança da Av. Campinas, no setor Jardim Paulista, flagraram o momento que o jovem é abordado e levado para dentro de um carro preto que seria de um dos militares. A família já desconfiava que policiais teriam envolvimento no caso. A avó de Filipe, Eva Reis, está angustiada por não ter notícias sobre onde ele está. Em entrevista à TV Anhanguera, ela contou que o que mais a deixa triste é não saber se o neto está vivo ou morto. Eva também comentou sobre a prisão dos suspeitos. “Para eles não vai ser bom, porque a gente não deseja coisa assim para os outros. Mas pelo menos deva pagar o que eles fizeram com meu neto. O que está me martelando mais, me emocionando mais é como que eu vou encontrar meu neto. Não sei se vou encontrar com vida, se é só um cadáver. É o que mais está me maltratando, o que mais está me doendo”, disse.

Investigação
Felipe e Ismael foram identificados após investigação da Polícia Civil durante a operação foi chamada de Missing. Mandados de prisão foram cumpridos nas casas dos suspeitos, em Palmas e Paraíso do Tocantins. A operação foi realizada pela Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO), 6ª Divisão Especializada de Repressão ao Crime Organizado (DEIC - Paraíso), com apoio do Grupo de Operações Táticas Especiais (GOTE) e da 5ª Delegacia Regional. Equipes da Corregedoria da Polícia Militar e do comando do 8º Batalhão da Polícia Militar de Paraíso, onde os policiais investigados estão lotados, acompanharam o cumprimento das ordens judiciais.

Outros crimes
Além do suposto envolvimento com o desaparecimento de Filipe, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que os militares também são suspeitos de oferecer dinheiro a usuários de droga viciados em crack para que adquirissem drogas em “bocas-de-fumo”. Eles também teriam agido à paisana e utilizando carro particular, executando buscas clandestinas nestes locais do tráfico, onde apreendiam drogas e valores. Conforme a investigação, por vezes o material apreendido não era apresentado na delegacia e eles sequer efetuavam a prisão do traficante. Ainda foram constatadas evidências apontando envolvimento dos investigados em casos de tortura. O advogado da Associação dos Praças Militares do Tocantins, Paulo Roberto, informou, por telefone, que ainda não teve acesso à investigação, mas vai se posicionar nos próximos dias.

O que diz a Polícia Militar

A Polícia Militar do Tocantins, por meio da Corregedoria, esclarece que acompanhou a Polícia Civil do estado, na manhã desta quinta-feira, 16, nos cumprimentos de mandados de prisão preventiva e busca e apreensão em desfavor de dois Policiais Militares, em face da Operação Missing, na cidade de Paraíso e Palmas. Após os procedimentos judiciários, os militares serão recolhidos para uma unidade da Polícia Militar em Palmas, os quais ficarão à disposição para os procedimentos cabíveis. A Polícia Militar do Tocantins também informa que já havia instaurado Inquérito Policial Militar para apurar o caso, cujo procedimento ainda está em curso. Por oportuno, a Polícia Militar reafirma seu compromisso com a legalidade e imparcialidade, no exercício de sua nobre função pública.