O governador Ronaldo Caiado criticou, na tarde de sexta-feira (31/5), uma portaria publicada nesta semana pelo Ministério da Justiça que dá orientações sobre o uso de câmeras em uniformes de policiais durante o serviço. “Goiás não tem nem terá câmera”, pontuou em entrevista ao programa Os Três Poderes, veiculado no canal da Revista Veja no Youtube. “Não tem e não vou implementar. Isso é uma prerrogativa dos estados, por norma constitucional”, justificou. O argumento da União é de que a portaria busca “padronizar” o uso do equipamento em todo o território nacional. Caiado criticou a ação por tentar interferir numa decisão restrita a governadores. “Cabe aos estados definir a sua política de segurança pública”, reforçou ele. “Em Goiás a segurança é plena, dentro dos moldes que estipulamos, e temos a polícia mais eficiente do país. Por que vou mudar, se a política e o modelo que implantamos em Goiás é que deveriam ser copiados pelo governo federal?”, questionou. Para o governador, a iniciativa é equivocada. “É um erro, e o governo insiste no erro”, alegou. Caiado elencou uma série de problemas enfrentados pelo Brasil, e que deveriam ser prioridade do governo federal, como o controle das fronteiras, o crescimento do narcotráfico e o poder das facções sobre territórios. “E onde é que está esse governo? Se acovardando, essa é a grande verdade. Onde estão os satélites para controlar as fronteiras? Onde está a inteligência? A integração das polícias?”, criticou. Caiado lembrou que “polícia foi feita para proteger o cidadão, e não para dar guarida a bandido”. Em Goiás, pontuou ele, a segurança pública tem dado a resposta que a população buscava há tantos anos, resultado que se reflete na queda de todos os índices de criminalidade e é condição para o crescimento social e econômico. “Goiás é um estado que não tem um metro de terra comandado por faccionado. Isso está levando o desenvolvimento o estado”, concluiu. A entrevista do governador Ronaldo Caiado ao programa Os Três Poderes, da Veja, foi conduzida pelos colunistas Robson Bonin, Matheus Leitão e Ricardo Rangel, com apresentação do editor Ricardo Ferraz.