Sábado, 23 de
Novembro de 2024
Direito & Justiça

Decisão

Médico acusado de atropelar e matar dois jovens não vai a júri popular, decide Justiça

Segundo Justiça, MP precisa demonstrar que acusado previu resultado, assumiu o risco e não se importou com isso

Foto: Reprodução/Redes Sociais
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Motociclista por aplicativo Leandro Fernandes Pires, de 23 anos e o garçom David Antunes Galvão, de 21 anos, morreram em acidente no viaduto da Avenida T-63, em Goiânia - Goiás

21 julho, 2024

O médico Rubens Mendonça Júnior, acusado de atropelar e matar dois jovens no viaduto da T-63 em Goiânia (GO),  não vai a júri popular, conforme decisão da Justiça. O documento desclassificou a acusação de dolo eventual, em que há a previsão do resultado do crime e a indiferença do suspeito quanto ao perigo. O g1 entrou em contato com o advogado de defesa do acusado, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. Para o Ministério Público de Goiás, Rubens "cometeu crimes por motivo torpe”, pois o homem, “em total desprezo para com a vida e integridade corporal de seres humanos, resolveu satisfazer seu desejo pessoal de testar, em local completamente inadequado, a velocidade que seu automóvel podia desenvolver”. A Justiça, no entanto, afirmou que o dolo eventual "não pode ser presumido" e deve ser comprovado nos autos. Com isso, segundo a Justiça, o Ministério Público precisa demonstrar que o acusado previu o resultado, assumiu o risco e não se importou com isso.

Entenda o caso
Na denúncia, o MP-GO afirma que, conforme a investigação policial, por volta das 23h40 do dia 20 de abril de 2023, Rubens entrou no viaduto da avenida, assumindo o risco, e matou o motorista de aplicativo Leandro Fernando Pires, de 23 anos, e o garçom David Antunes Galvão, de 21, além de ferir Gilson Campos e Wanderlyne Gomes dos Reis. Segundo o MP-GO, Rubens "resolveu testar se seu automóvel era capaz de alcançar 100 km/h em quatro segundos e passou a imprimir alta velocidade ao veículo", chegando a atingir 148 km/h. Após "perder momentaneamente o contato com o solo" devido à alta velocidade e voltar ao chão, o homem perdeu o controle da direção, invadiu a contramão e bateu na moto em que estavam Leandro e David, conforme a denúncia. Os dois foram arremessados por cima da mureta de proteção do viaduto e caíram na pista paralela, onde morreram na hora. O acusado, ainda segundo o MP-GO, bateu contra o carro de Gilson, que teve ferimentos leves. Wanderlyne, que estava em uma motocicleta, tentou desviar dos destroços das colisões, mas acabou caindo na pista.