Quinta-feira, 05 de
Dezembro de 2024
Direito & Justiça

Decisão

Maurício Sampaio é condenado a pagar mais de R$ 700 mil à viúva de radialista morto

Valores referem-se a danos morais, materiais, restituição e pensão

Foto: Wildes Barbosa/O Popular
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Empresário Maurício Sampaio, condenado por mandar matar o radialista Valério Luiz, é levado por policiais para prisão, em Goiânia - Goiás

27 agosto, 2024

Maurício Sampaio foi condenado a pagar mais de R$ 700 mil à viúva do radialista Valério Luiz - entenda os valores abaixo. O empresário foi sentenciado a 16 anos de prisão pelo assassinato do jornalista.

Veja valores a serem pagos:

Restituição - R$ 8 mil
Danos materiais - R$ 384 mil
Pensão - R$ 2,6 mil mensais até dezembro de 2032 ou até a morte da beneficiária
Danos morais - R$ 400 mil
Custas e honorários - 10% sobre o valor da condenação

O g1 entrou em contato com o advogado que representa Mauricio Sampaio neste caso, por mensagem enviada às 21 horas, mas não obteve retorno até a última atualização da reportagem. Os valores estabelecidos pela Justiça serão somados com correção monetária e juros. Segundo a decisão, "não se pode negar a existência incontroversa do dano sofrido pela autora, que perdeu seu marido". No pedido, a viúva de Valério Luiz, Lorena Nascimento e Silva de Oliveira, afirmou que ela e o radialista eram casados desde 28 de julho de 2005 e que ele era o responsável pelas despesas da casa. Ela explicou que teve gastos com o funeral do marido, além de ter precisado manter o aluguel e o condomínio da casa onde moravam.

Prisão
A Justiça expediu um mandado de prisão contra Maurício Sampaio no dia 14 de junho, mas ele estava viajando. Ao voltar para a capital, no dia 20 de junho, o empresário se apresentou na Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), na Cidade Jardim. No mesmo dia em que mandou prender Sampaio, a Justiça também expediu um mandado de prisão contra o policial militar da reserva Ademá Figueiredo Aguiar Filho, condenado por ter sido responsável por atirar contra o radialista. Figueiredo se entregou no presídio militar, no Setor Marista, em Goiânia (GO).  Na ocasião, o advogado dos dois disse que: "Tudo o que for determinado haverá de ser cumprido, até que haja uma contraordem". O caso se arrasta desde 2012, quando Valério Luiz foi morto enquanto saía da emissora de rádio em que trabalhava, no Setor Serrinha, em Goiânia. A motivação do crime teria sido as críticas feitas pelo jornalista contra a direção do Atlético-GO, time no qual Sampaio foi presidente.

Condenação
Os quatro réus foram condenados pelo tribunal do júri em Goiânia no dia 9 de novembro de 2022 e, em seguida, suas respectivas defesas entraram com recurso no TJ-GO. As condenações foram anuladas pelo STJ em fevereiro deste ano, após o órgão reconhecer que o interrogatório de Marcus Vinícius Pereira Xavier, acusado de ter ajudado os demais a planejar o homicídio, foi realizado de forma irregular, sem a presença da defesa dos outros réus. No dia 12 de abril, a ministra Daniela Teixeira reconsiderou a decisão e o órgão superior reverteu essa anulação e negou habeas corpus a Maurício Sampaio. O julgamento no TJ-GO foi retomado após a decisão do STJ e manteve as condenações iniciais realizadas no tribunal do júri em 2022.

Condenações mantidas pelo TJ-GO
Maurício Borges Sampaio – 16 anos de prisão como mandante da execução;
Ademá Figuerêdo Aguiar Filho – 16 anos de prisão por participar do planejamento e execução do crime;
Marcus Vinícius Pereira Xavier – 14 anos de prisão por participar do planejamento e execução do crime;
Urbano de Carvalho Malta – 14 anos de prisão por participar do planejamento e execução do crime;

Morte do radialista
Valério Luiz, filho do também comentarista esportivo Manoel de Oliveira, conhecido como Mané de Oliveira, foi morto a tiros aos 49 anos, quando saía da rádio em que trabalhava. O crime aconteceu no dia 5 de julho de 2012. Segundo o Ministério Público, o crime foi motivado pelas críticas de Valério Luiz à diretoria do Atlético Goianiense, da qual Maurício Sampaio, um dos réus, era vice-diretor. Na época, Valério chegou a ser socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local, que está interditado para facilitar o trabalho da perícia.