Sexta-feira, 29 de
Novembro de 2024
Cultura

Música

Cantor Diego Schaun lança novo EP autoral

O cantor e compositor Diego Schaun acaba de lançar seu mais novo trabalho autoral em todas as plataformas digitais

Foto: Divulgação
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Há 2 anos, o cantor, compositor e multiinstrumentista Diego Schaun não fazia nenhum lançamento autoral.

12 abril, 2023

O EP Durante Este Tempo traz 4 canções terminadas durante a quarentena da Pandemia, quando Diego aproveitou para terminar várias pendências, inclusive canções engavetadas, afinal como ele diz: “uma canção inacabada é muito pior do que uma esquecida”. As composições falam de assuntos diferentes e até antagônicos, mas têm uma ligação entre si, mensagens que o autor quer passar sobre as pequenas nuances e sutilezas da vida.  Há 2 anos, o cantor, compositor e multiinstrumentista não fazia um lançamento autoral. Depois de tanto tempo, chegou a hora,  porque ele está vivendo uma nova fase de vida e em outra cidade. Todo o trabalho também reflete este momento. Durante Este Tempo é uma obra inteira só com voz e violão, poucos arranjos e poucas dobras de violão, porque a ideia é trazer para o ouvinte a sensação de estar pertinho de quem executa. Diego Schaun gravou todas as vozes e instrumentos. Charles Williams mixou e masterizou todas as canções. A parceria com o Charles é antiga. Ele mixou e masterizou o EP Mar de Sal (2014), masterizou o disco O Quarto (2016), mixou e masterizou os singles Eu quero a sorte do olhar de alguém (2019) e Por Trás do Riso (2021).  A foto e a edição da capa foram feitas por Tiago Paim, também parceiro de longas datas, que produziu todos os seus trabalhos visuais desde O Quarto (2016). Por sinal, a inspiração da capa é dos discos dos anos 1970, principalmente de Caetano Veloso. A concepção foge das fotos de rosto, que estavam nos últimos singles, sai dos tons mais escuros, do preto e branco, opta pelo vermelho e diz exatamente o que se ouve no EP: o artista com voz e violão! O fundo tem um pano esticado, deixando essa ideia de algo mambembe, como um circo ou arte de rua com improviso, algo natural e simples, já que as canções soam exatamente do jeito que foram compostas.  Diego Schaun nasceu em Itabuna-BA, foi criado em Camacã-BA. Atualmente mora em Ilhéus-Ba. Foi professor de História por 09 anos e atualmente se dedica exclusivamente à música.  Já participou de dois festivais: o I Festival de Música da Rádio UESC, de 2017, levando o terceiro lugar e recentemente o FENAC (Festival Nacional da Canção 2022), com três músicas selecionadas, chegando à semifinal. Programas de TV foram vários, desde o primeiro disco Carpe Diem (2010), passou por diversas TVs locais, regionais e também em rede nacional. Em 2012 foi o artista mais votado na internet do prêmio TNB Toque no Beco 203, que lhe rendeu uma apresentação de show autoral na casa Beco 203, na R. Augusta, São Paulo. Em 2014 representou a Bahia no Festival Grito Rock, em Parnaíba-PI. Ouvinte atento, auto-declarado artista folk, suas influências musicais vão de Humberto Gessinger, Nick Drake, Elliott Smith, The Decemberists, Bryan Adams e The Beatles a Alceu Valença. Ouça o EP aqui https://ingrv.es/durante-este-tempo 

Canções do EP 

O próprio Diego Schaun fala agora sobre as 4 canções, que vão ser lançadas no dia 14 de Abril:

Pra Fora

Esta canção é a mais recente entre as quatro do disco. Criei a melodia inteira e a deixei no celular. Não tinha ainda uma letra. Na quarentena, quando comecei a esboçar a ideia de um disco/ep, listei todas as possíveis canções que queria e achei que estava faltando aquela, do celular. Mas ela não tinha letra. Ora, pra ser antagônico com a canção “Pra dentro”, resolvi escrever uma letra oposta. Gosto destas dualidades e gosto de causar no ouvinte aquela coisa “Ué, ele falou isso na música e agora está dizendo ao contrário; o que ele quer dizer afinal?”. Assim surgiu a letra de “Pra fora”. Nesta música trato sobre a importância em falar as coisas que sente, mesmo que seja sozinho de frente para o espelho. Quando se é verdadeiro consigo mesmo, a tendência a ser com os outros é maior. Mesmo que seja dolorido, a cicatriz será uma boa lembrança do rancor que deixou de existir. 

Pra Dentro

Esta é a canção mais antiga do EP. Comecei a escrevê-la em 2017. Mas ela ficou pela metade. Era aquele tipo de canção que você sabe que tem futuro, mas precisa maturar. Durante a quarentena terminei rapidamente as estrofes que faltavam. Nela trato exatamente o oposto da canção Pra fora. O eu lírico, como se estivesse falando com alguém repete insistentemente para que esta pessoa o deixe em paz, que não lhe conte seus problemas porque, afinal, somos todos iguais e ele pode até atrapalhar já que nem sabe lidar com suas próprias dores. 

Pipa

Esta deve ser a música de trabalho e tinha um refrão diferente do atual. Era uma canção que falava de uma história de amor, mas de amor a si mesmo. Depois de um tempo, já em preparação para o EP percebi que não fazia muito sentido falar desta forma, tão egocêntrica. Quem se interessaria? Mudei a letra e coloquei alterações importantes, colocando o amor como algo genuíno e puro. Associei a pipa à pessoa amada. Quando se ama, solta-se a linha e deixa-se a pipa ir com o vento. Amar de longe é amar demais (de forma demasiada mesmo). Quem ama de verdade inclusive deixa ir.

Hálito de Pétalas

Também é uma canção antiga. Surgiu em meados de 2017/2018 quando, certa feita, assisti um vídeo de uma pessoa comendo uma flor. A cena não saía da minha cabeça por semanas... Poeticamente imaginei uma pessoa mastigando uma flor para se apossar do aroma que esta exalava. Numa forma pueril até, sondei o tal hálito de pétalas. A cena é talvez bizarra. Por isso inicio a canção já me justificando “deixa pra lá, não leve a mal... não tô ficando louco”. Deixei esta canção para o final para dar um ar de leveza, já que as três anteriores são brigas de dândis, chavões sobre amor ágape e reflexões mais sérias.