Brasília (DF) - Enquanto o governo prepara uma medida provisória para abrir crédito de R$ 20 bilhões para compra de vacinas contra a covid-19, o líder do Centrão e candidato do Palácio do Planalto para a presidência da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pediu hoje agilidade na aprovação dos imunizantes. "Vivemos o maior desafio global em muitas décadas. O mundo desenvolveu vacinas em apenas 11 meses. Essa velocidade precisa ser replicada nas análises de aprovação - que precisam ser feitas com ciência e boa técnica. E a partir da aprovação, chegar com planejamento e eficiência para a população", afirmou Lira, em seu perfil no Twitter. Em meio à disputa entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria, sobre o protagonismo na vacinação da população, o parlamentar avaliou que não é hora de se fazer briga política sobre a vacina. "Não é hora de paixão e de política. É hora de ciência e cuidado", acrescentou Lira. Em entrevista exclusiva ao Estadão publicada neste sábado, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), avaliou que o maior erro político cometido pelo governo federal até agora foi não se preparar para comprar a vacina contra o novo coronavírus. Segundo ele, a lentidão em se elaborar um programa claro de vacinação em massa pode custar até mesmo a reeleição de Bolsonaro em 2022. Maia criticou ainda a estratégia do Planalto em angariar votos para Arthur Lira na sucessão na Câmara. Para o atual presidente da Casa, o governo teria criado um "balcão de negócios" para eleger o líder do Centrão. Maia também relatou críticas do próprio Lira ao ministro da Economia, Paulo Guedes. O deputado contou ter ouvido o rival Arthur Lira chamar Guedes de "vendedor de redes" - alguém que fala muito, mas entrega pouco. Apoio. Em reunião na noite de sexta-feira, o diretório nacional do PSB decidiu vetar o apoio do partido à candidatura de Arthur Lira à presidência da Câmara. "Recomendamos não apreciar a candidatura de nenhum candidato ligado a Bolsonaro", disse o presidente do partido, Carlos Siqueira, ao Estadão/Broadcast Político. A Executiva nacional do PT, por sua vez, decidiu que vai tentar construir um bloco de esquerda na Câmara para que os partidos se posicionem em conjunto na escolha do candidato à presidência da Casa. O partido não chegou ao consenso sobre apoiar Lira, um nome ligado a Maia ou lançar candidato próprio. A proposta, que será encaminhada a PSB, PDT, PCdoB, PSOL e Rede, se baseia em dois pontos: compromisso do candidato com uma agenda mínima da oposição e garantia da aplicação do critério da proporcionalidade na composição das comissões e da Mesa Diretora. O PT tem a maior bancada da Câmara [54 deputados federais] mas ficou fora dos principais cargos por se recusar a apoiar Maia em 2019.
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