Quinta-feira, 28 de
Novembro de 2024
Brasília

Polêmica

Lula chama Bolsonaro de 'covardão' e fala sobre 'risco de golpe'

sobre 'risco de golpe' Em reunião ministerial nesta segunda-feira (18/3), o presidente também falou sobre a viagem do ministro Mauro Vieira à Palestina

Reprodução: governo
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Lula durante reunião ministerial nesta segunda-feira (18/3)

18 março, 2024

Na primeira reunião ministerial do ano , o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou sobre a  viagem do ministro Mauro Vieira (MRE) à Palestina e criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O mandatário destacou que o chanceler está levando um "recado" do Brasil.  "Está faltando um ministro importante que é o companheiro Mauro Vieira, que está em uma viagem internacional, foi visitar a situação da Palestina, Cisjordânia e outros países para levar um recado, uma mensagem brasileira para lá", afirmou Lula. Sobre Bolsonaro, o mandatário afirmou que "se há três meses, quando a gente falava em golpe parecia apenas insinuação, hoje nós temos certeza que esse país correu sério risco de ter um golpe em função das eleições de 2022. E não teve golpe não só porque algumas pessoas que estavam no comando das Forças Armadas não quiseram fazer, não aceitaram a ideia do presidente, mas também porque o presidente é um covardão". A reunião acontece após uma piora nos índices de aprovação do governo e a  má-repercussão das falas do presidente sobre a guerra entre Israel e Hamas, além das ações que são consideradas excessivas na Petrobras e na Vale. Uma pesquisa realizada pela Genial/Quaest e divulgada em 6 de março revelou que a avaliação positiva do presidente atingiu seu ponto mais baixo durante este terceiro mandato, especialmente entre os evangélicos, um grupo que historicamente tem sido mais próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A desaprovação de Lula aumentou de 43% em dezembro para 46%, enquanto a aprovação diminuiu de 54% para 51% . Entre os evangélicos, o percentual dos que desaprovam a gestão atual subiu de 56% para 62%, enquanto os que aprovam caíram de 41% para 35%.  Durante a reunião, o petista também disse que os cortes de recursos são necessários, mas que o governo precisará fazer um "trabalho imenso" para repor verbas e prosseguir com os projetos. "Muitas vezes tem a necessidade de estar cortando, mas nós vamos ter que fazer um trabalho imenso para repor, porque sem dinheiro os ministérios não funcionam. E nós precisamos garantir que os ministérios funcionem", disse Lula.

Bolsonaro
Lula mencionou os  depoimentos de militares do governo que foram divulgados após a  derrubada dos sigilos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes na última sexta-feira (15/3). O petista afirmou que "pessoas que estavam no comando das Forças Armadas" não quiseram "aceitar a ideia" de golpe partindo de Bolsonaro. O presidente declarou ainda que o ex-presidente "ficou em casa chorando"  após a vitória de Lula nas eleições de 2022, e fugiu para os Estados Unidos esperando que o golpe acontecesse. "Ele não teve coragem de executar aquilo que planejou, ficou dentro de casa chorando quase que um mês e preferiu fugir para os EUA do que fazer o que tinha prometido, na expectativa de que fora do país o golpe poderia acontecer porque eles financiaram as pessoas na porta dos quarteia para tentar estimular o golpe", disse Lula. "Nós sabemos que houve a tentativa de um golpe neste país. Quem tinha dúvida agora pode ter certeza de que por pouco a gente não voltou aos tempos tenebrosos neste país que as pessoas achavam que apenas com golpe, com a participação de alguns militares, poderiam ganhar o poder neste país. O povo foi mais sábio, foi mais corajoso", acrescentou.

Palestina
Mauro Vieira fará uma parada em Ramallah, capital administrativa da Autoridade Palestina, na Cisjordânia. Além disso, o chanceler também passará por Amã, na Jordânia; Beirute, no Líbano; e Riade, na Arábia Saudita. O objetivo também é discutir algumas parcerias, como de cooperação técnica, comércio e investimentos. Até o momento, pelo menos  31.726 palestinos foram mortos e 73.792 ficaram feridos em ataques israelenses na Faixa de Gaza. Israel, por sua vez, contabiliza 1.200 mortes, sendo a maioria registrada no ataque de 7 de outubro de 2023, dia em que o novo confronto foi iniciado. Além disso, o Hamas ainda mantém cerca de 130 reféns em Gaza. Nas últimas 24 horas, ataques israelenses mataram 81 palestinos e feriram 116 em Gaza.