Brasília (DF) - O deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) criticou o chamado “orçamento paralelo”, também conhecido como “tratoraço”. Para ele, o mecanismo é uma forma de institucionalizar a propina. “Isso que está acontecendo é um absurdo, é uma compra de votos. Está institucionalizando a propina”, afirmou Frota, em entrevista ao portal Uol. O “orçamento paralelo” é um conjunto de emendas do relator, cujo destino não é informado. O governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), por meio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tem usado o mecanismo para conquistar votos de deputados. Os valores são interessantes para os parlamentares, que utilizam o dinheiros nas bases eleitorais deles. Segundo Frota, o uso das emendas do relator faz com que Lira seja o presidente do país, em vez de Bolsonaro. “O Bolsonaro já não é o presidente do Brasil: é o Arthur Lira, apoiado pelo Ciro Nogueira (ministro da Casa Civil)”, disse o deputado. “É um jogo covarde, sujo e nojento, mas que precisamos, de alguma forma, reverter”, disse. “O senhor Arthur Lira faz o que ele quiser hoje em dia, com o orçamento na mão. Espero que o STF consiga reverter isso.” A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, suspendeu o pagamento de emendas até que a Câmara dê mais transparência aos repasses dos valores. O tema está em julgamento na Corte. Frota se colocou a favor do Auxílio Brasil, mas contra a PEC dos Precatórios. Para ele, seria um calote por parte do governo. “As pessoas que têm direitos e que por anos passaram e sofreram com esses processos não vão poder usufruir desse dinheiro porque ele será gasto e aplicado no auxílio”, afirmou ao Uol. Segundo tucano, um dos caminhos para financiar o novo programa social seria justamente o corte das emendas parlamentares, como o orçamento paralelo.
Fontes: Portal UOL / www.poptvnews.com.br