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Brasília

Opinião

Fake, fake, fake sem freios

De fato, o que se sabe hoje é que todos os partidos, com exceção talvez, do Partido Novo, utilizam-se dos meios eletrônicos para fazer propaganda e espalhar notícias inverídicas

Foto: Reprodução
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...........o resto é teatro!

26 fevereiro, 2020

p/ Circe Cunha

Brasília (DF) - Quem teve a oportunidade de acompanhar alguns dos últimos depoimentos colhidos durante o desenrolar da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI das Fakes News pôde constatar que, muito além da preocupação da difusão de notícias falsas, seja pela mídia tradicional, seja pelas redes sociais, o que, de fato, interessa aos partidos – a todos eles – é conhecer a tecnologia disponível nos meios eletrônicos para ajudar na propaganda política.  Por trás da encenação e da briga fake que empreendem os parlamentares durante as oitivas, está o interesse pela captura dessa ferramenta, sua ampla utilização, os truques para criar armas de bombardeios de mensagens e outras mágicas, até ilegais, para alcançar o eleitor e, de quebra, tirar o concorrente do caminho por meio da difusão de boatos e difamação contra o oponente. Todo o resto é teatro. De fato, o que se sabe hoje é que todos os partidos, com exceção talvez, do Partido Novo, utilizam-se dos meios eletrônicos para fazer propaganda e espalhar notícias inverídicas. Além de ser um caso de polícia, e não de política, a CPI das Fakes News necessitava ser acompanhada por psicanalistas capazes de fazer uma leitura nas entrelinhas dos depoimentos e mesmo nas perguntas capciosas que, a toda hora, levamos debates para as cordas do ringue. Muito antes do advento das mídias eletrônicas, o uso de fake News era uma prática concorrente no mundo político nacional. A diferença é que, no passado, o uso desses estratagemas criminosos mirava muito mais a vida íntima dos candidatos, por intermédio de expedientes que buscavam desmoralizar o opositor da campanha, por meio de calúnias e difamações. Quando, em dezembro de 1939, Getúlio Vargas criou o Departamento de Imprensa Propaganda (DIP), o objetivo não declarado era de, além de fazer divulgação dos feitos de seu governo, supervalorizar suas ações, espalhar rumores sobre seus opositores, do mesmo modo que faziam muitos jornais da época, como a Tribuna da Imprensa. Para os estudiosos dos costumes brasileiros, a calúnia e a difamação sempre foram os elementos muito usados ao longo de nossa história para barrar o avanço dos antagonistas.

Fonte: CORREIO BRAZILIENSE / Poptvnews