p/Adriano Machado
Brasília (DF) - O presidente Jair Bolsonaro avaliou domingo (12/4) que o coronavírus dá sinais que está começando a ir embora, mas que o desemprego está chegando e batendo forte, reforçando preocupação com os impactos econômicos das medidas de isolamento impostas para tentar desacelerar os casos de covid-19. "É o que tenho dito desde o começo, desde há 40 dias. Temos dois problemas pela frente, lá atrás eu dizia: o vírus e o desemprego", afirmou ele, em vídeoconferência com religiosos por ocasião da Páscoa, transmitida pela TV. "Quarenta dias depois, parece que está começando a ir embora a questão do vírus, mas está chegando e batendo forte o desemprego. Devemos lutar contra essas duas coisas", completou. A fala veio após o Ministério da Saúde ter divulgado que o número de mortes por coronavírus no Brasil voltou a acelerar no domingo, com o total acumulado chegando a 1.223, um aumento de 99 óbitos sobre o dia anterior. No sábado (11/4), foram 68 novas mortes, interrompendo sequência acima de 100 que vinha sendo vista desde terça-feira. No total, o país possui 22.169 casos confirmados de coronavírus, um aumento de 1.442 em relação aos dados de sábado.
" Presidente fala em 'liberdade a qualquer preço"
Em sua fala, Bolsonaro afirmou que há "grande perigo pela frente", e que o destino do país não pode "ser colocado sob dúvida de que a liberdade será mantida a qualquer preço". O presidente tem se oposto a medidas de isolamento mais rígidas adotadas por governadores e prefeitos como forma de evitar a disseminação descontrolada do coronavírus, argumentando que elas causarão danos maiores à economia, com fechamento de postos de trabalho e ameaça de desabastecimento. Contrariando recomendações de autoridades de saúde, Bolsonaro também tem circulado em espaços públicos e cumprimentado apoiadores em aglomerações. Na véspera, o advogado-geral da União (AGU), André Mendonça, publicou nota afirmando que o órgão aguarda informações do Ministério da Saúde e da Anvisa para medidas judiciais cabíveis com o objetivo de impedir "medidas restritivas de direitos fundamentais do cidadão" por parte de governos locais e estaduais. O posicionamento foi divulgado após o governador de São Paulo e adversário político de Bolsonaro, João Doria (PSDB), ter dito que pessoas poderiam vir a ser presas pela Polícia Militar caso contrariassem as regras estabelecidas no Estado para o isolamento.
Fonte: Thomson Reuters / Poptvnews