Segunda-feira, 25 de
Novembro de 2024
Brasília

fake news

Bolsonaro chama de fake news livro que fala em demissão de Moro cogitada em 2019

O livro "Tormenta", da jornalista Thaís Oyama, que será publicado pela Companhia das Letras

Foto: Divulgação
post
Presidente Jair Bolsonaro

15 janeiro, 2020

BRASÍLIA (DF) - O presidente Jair Bolsonaro se irritou  terça-feira (14/1) e encerrou entrevista à imprensa ao ser questionado sobre informações de um livro que será lançado na próxima semana, segundo o qual ele cogitou demitir o ministro da Justiça, Sergio Moro, em 2019. "Vocês têm uma colega de vocês que fez um livro que leu meu pensamento. Acho que não tenho que conversar com vocês, é só escrever o que você achar", disse na entrada do Palácio da Alvorada. "O livro é fake news, mentiroso e não vou responder sobre o livro", acrescentou. O livro "Tormenta", da jornalista Thaís Oyama, que será publicado pela Companhia das Letras, diz que Bolsonaro cogitou a demissão de Moro no segundo semestre do ano passado, mas foi demovido da ideia pelo general Augusto Heleno, ministro chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional). Conforme noticiado na época, Moro enfrentou um processo de fritura de Bolsonaro em meio à crise com a Polícia Federal e à interferência do presidente no órgão. À época, Bolsonaro afirmou: "Se eu não posso trocar o superintendente, eu vou trocar o diretor-geral". E completou: "Se eu trocar hoje, qual o problema? Está na lei que eu que indico e não o Sergio Moro. E ponto-final". "Àquela altura", diz o livro de Oyama, "o ex-juiz da Lava Jato já havia percorrido um longo corredor polonês de humilhações, mas nunca chegou a pedir demissão. Diante das declarações do presidente, porém, o general Augusto Heleno achou por bem procurar o colega para pedir-lhe paciência. 'O compromisso do senhor não é com o governo Bolsonaro, é com o Brasil', disse o militar a Moro". Ainda segundo o livro: "Na última semana de agosto, a despeito dos conselhos de auxiliares, Bolsonaro decidiu que iria mesmo demitir Moro. 'Vou pagar para ver', disse. O general Heleno, que já tinha gastado seu arsenal de argumentos em defesa do ministro, ao notar a determinação do presidente, descarregou a última bala: 'Se demitir o Moro, o seu governo acaba', disse". Heleno negou à revista Crusoé ter atuado para demover Bolsonaro da ideia de demitir Moro em agosto do ano passado. O presidente também foi questionado  terça-feira se pediu para que Fabrício Queiroz faltasse a depoimento ao Ministério Público do Rio de Janeiro, informação presente em trecho do livro divulgado pela imprensa. "Acabou a entrevista", disse o presidente, retirando-se do local. O ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) na época em que ele era deputado estadual é pivô de uma investigação contra o filho do presidente de um esquema conhecido como "rachadinha". De acordo com o livro, "dois dias antes da data estabelecida para o depoimento, Bolsonaro mandou abortar a operação, Queiroz não deveria mais comparecer ao interrogatório. O presidente eleito fora convencido por um advogado amigo que a melhor estratégia para abafar a história era tirar,  Queiroz e o Ministério Público Estadual do cenário e, por meio do foro privilegiado de Flávio, jogar o caso ara o STF, onde poderiam resolvê-lo 'de outra maneira'. O nome do advogado amigo era Frederick Wassef". Procurado pela reportagem, Wassef afirmou que não iria se manifestar. Nas redes sociais, Bolsonaro também fez críticas ao livro sobre os bastidores do seu primeiro ano à frente do Palácio do Planalto. "Essa imprensa é uma vergonha. Lê meus pensamentos e ministros se convencem a não demitirem a si próprios", escreveu. Procurada, a editora afirmou que não iria se manifestar.

Fonte: Folhapress/ Poptvnews