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Infecção

URGENTE: Lula no hospital

Entenda a bacteremia, infecção que fez o ex-presidente Lula ir parar no hospital

Foto: Divulgação
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Luiz Inácio Lula da Silva (PT)  foi acometido por um quadro de bacteremia - presença de bactérias no sangue

15 fevereiro, 2021

São Paulo (SP) - Depois de se curar da Covid19, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)  foi acometido por um quadro de bacteremia - a presença de bactérias no sangue - e precisou ser internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Lula recebeu alta na terça-feira passada. O boletim médico informou que o petista deu entrada no dia 6 e foi tratado com antibióticos por via venosa. Não foram o divulgadas novas informações sobre os detalhes do problema no ex-presidente ou se o diagnóstico tem alguma relação com a Covid. No dia 21 de janeiro, Lula comunicou ter sido infectado pelo coronavírus quando estava em Cuba, em dezembro. Disse que não precisou ser internado e fez sua quarentena no país. Mas, afinal, como se desenvolve uma bacteremia? Em reportagem da BBC News Brasil publicada no site G1, o infectologista do Hospital Oswaldo Cruz Filipe Piastrelli explicou que a bacteremia acontece, principalmente, de duas formas: quando há uma ruptura da barreira de proteção do sistema circulatório, como a pele ou uma mucosa, e bactérias que estão na superfície, sejam aquelas que já estão em nosso organismo, como colonizadoras ou não, conseguem migrar para a corrente sanguínea. O problema pode acontecer até durante um procedimento odontológico ou em ambiente hospitalar, em pacientes com acesso vascular, com cateter, por exemplo. Essa é a bacteremia primária, quando não há uma outra fonte de infecção. A bacteremia secundária, por sua vez, é decorrente de outra infecção pré-existente - uma infecção urinária ou uma pneumonia que não é bem controlada e consegue extrapolar o tecido e chegar na circulação  - diz Piastrelli. O infectologista Filipe Piastrelli também explicou à reportagem que, uma vez na corrente sanguínea, as bactérias podem se deslocar pelo corpo, se alojar em outros tecidos e causar infecções graves, como a meningite meningocócica ou a endocardite. O risco, ele complementa, depende de pelo menos três fatores: a virulência da bactéria (ou seja, seu potencial de agressividade), a quantidade de bactérias que efetivamente caem na circulação e a imunidade da pessoa afetada. Assim, pacientes com sistema imunológico debilitado podem estar mais suscetíveis. A bacteremia pode ser uma complicação possível da covid-19, mas as infecções bacterianas secundárias em casos da doença causada pelo coronavírus ficam em torno de 20%, segundo Piastrelli.

Sintomas

Os sintomas mais recorrentes são febre, sensação de calafrios e mal-estar. Nos casos em que o quadro piora e evolui para a sepse (resposta inflamatória do corpo a uma infecção), o paciente pode apresentar queda da pressão arterial, aumento da frequência respiratória e alteração da frequência cardíaca. Em alguns casos, o próprio sistema imunológico consegue combater a bactéria antes que ela cause infecção. É o caso da bacteremia transitória. Caso contrário, o tratamento é feito com antibióticos. Para descobrir qual medicamento é mais adequado, a equipe médica em geral investiga o tipo de bactéria que está presente no sangue do paciente. A pesquisa é feita por meio da hemocultura. A prescrição do antibiótico, entretanto, é feita antes da divulgação do resultado do exame, que leva alguns dias. Normalmente, ele começa a ser administrado e posteriormente, caso haja necessidade conforme o tipo de bactéria, é ajustado.