O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes determinou na noite de domingo (8/1) o bloqueio de 17 perfis nas redes sociais no prazo de duas horas. A decisão foi a mesma que afastou o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB) do cargo por 90 dias. Até as 11h desta segunda-feira (9/1), algumas das páginas ainda estavam ativas no Instagram, Facebook, TikTok e Twitter. Em meio ao conteúdo publicado, havia convocação para manifestações golpistas, vídeos transmitidos no momento da invasão às sedes dos Três Poderes e postagens com teorias de que os atos de terrorismo teriam sido praticados por infiltrados da esquerda. No Facebook, a página Palhoça Tá On publicou vídeos de manifestantes golpistas invadindo o plenário do Senado Federal e a sede do STF. Em uma postagem, o perfil se referiu aos atos como "manifestação em Brasília", em outra, questionou se os seguidores eram "a favor ou contra" a ação. No Instagram, um perfil identificado com o nome "Fabrizio Cisneros Colombo", publicou uma série de vídeos da invasão às sedes dos Três Poderes. "Estamos só vindo pegar o que é nosso por direito, porque fomos roubados, queremos o código fonte, queremos novas eleições, queremos uma nova Constituição, nós não confiamos mais nos Três Poderes, o poder é nosso", disse ele em um dos registros. Ao fundo, é possível ouvir um homem gritando "é guerra". Em outra gravação, Colombo sugeriu que fosse pichado "Supremo é o Povo" no prédio do STF. Momentos depois, ele mostrou a fachada da construção com a frase "perdeu, mané", dita pelo ministro Luís Roberto Barroso a um apoiador de Jair Bolsonaro (PL) em novembro de 2022. Um perfil no Instagram identificado com o nome "Juliana Siqueira" publicou diversos vídeos da invasão, incluindo teses de que a destruição teria sido causada por "infiltrados da esquerda". Uma das postagens, chegou a acusar a Polícia do Distrito Federal de ter acobertado um suposto infiltrado que estava armado. Na página de Camile Ferrão, diversas postagens também alimentaram teorias sobre infiltrados. Um dos conteúdos retuitados pela página sugeriu que o carro da Polícia Legislativa que foi empurrado no espelho d'água do Congresso teria sido, na verdade, jogado pela própria polícia. O vídeo compartilhado, no entanto, não mostra qualquer ação dos policiais nesse sentido. No TikTok, uma das páginas que seguia no ar na manhã desta segunda-feira (9), havia feito uma publicação em tom de ameaça, com a frase "prepare-se para o que está por vir". Por meio de nota, a Meta informou que designou os atos do último domingo (9) como violadores de suas políticas, "o que significa que removeremos conteúdos que apoiam ou exaltam essas ações. Estamos acompanhando a situação ativamente e continuaremos removendo conteúdos que violam nossas políticas". A empresa, no entanto, não informou o motivo de as páginas que constam da decisão do STF terem ficado no ar após o prazo determinado pelo STF.
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