Uma promotora de Justiça disse que advogados de Goiânia seguiam um "código da bandidagem" durante um julgamento em Barra do Garças, no Mato Grosso. Um vídeo mostra o momento em que o advogado responde à promotora, Clarissa Cubis de Lima Canan, após as ofensas: "Isso é um absurdo". "Os senhores seguem o código da bandidagem. Ninguém vai fazer maracutaia aqui na minha frente, não. Essa aqui é a minha comarca. Eu não admito que venha lá de Goiânia fazer malandragem aqui", gritou a promotora. O g1 solicitou um posicionamento sobre o caso para o Tribunal de Justiça do Mato Grosso, mas não obteve respostas até a última atualização desta reportagem. A reportagem também solicitou um posicionamento da promotora e aguarda por respostas. "Isso é um absurdo! Código da bandidagem? Vossa excelência nos coloca no mesmo banco que os réus", retrucaram os advogados goianos Jefferson Adriano Ribeiro Junior e Letícia David Moura. O julgamento em que os advogados atuavam ocorreu em 30 de outubro deste ano. À reportagem, Letícia explicou que o réu, a quem ela defendia, permaneceu em silêncio e classificou a fala da promotora como inaceitável. "O que ocorreu durante o julgamento foi um ataque inaceitável às prerrogativas da advocacia e ao exercício da defesa. Durante o interrogatório do réu, que optou pelo direito constitucional ao silêncio, a promotora Clarissa Cubis demonstrou revolta e, em um momento de desequilíbrio, começou a gritar e atacar nossa atuação", contou a advogada. A Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás (OAB-GO), solicitou a instauração de um procedimento administrativo e registrou uma reclamação no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) contra a conduta da promotora. O registro foi feito na última sexta-feira (8/11). O g1 solicitou um posicionamento ao CNMP, mas não obteve respostas até a última atualização desta reportagem. "Nós estamos exercendo um direito de defesa. Não somos bandidos, não. Tenha respeito", disse Letícia durante a confusão no julgamento.
Brasil