Quinta-feira, 21 de
Novembro de 2024
Brasil

Acusação

Promotora diz que advogados de Goiânia seguem 'código da bandidagem'

'Eu não admito que venha lá de Goiânia fazer malandragem aqui', diz a promotora

Foto: Reprodução/MP-MT
post
Clarissa Cubis de Lima Canan, promotora de Justiça

12 novembro, 2024

Uma promotora de Justiça disse que advogados de Goiânia seguiam um "código da bandidagem" durante um julgamento em Barra do Garças, no Mato Grosso. Um vídeo mostra o momento em que o advogado responde à promotora, Clarissa Cubis de Lima Canan, após as ofensas: "Isso é um absurdo". "Os senhores seguem o código da bandidagem. Ninguém vai fazer maracutaia aqui na minha frente, não. Essa aqui é a minha comarca. Eu não admito que venha lá de Goiânia fazer malandragem aqui", gritou a promotora. O g1 solicitou um posicionamento sobre o caso para o Tribunal de Justiça do Mato Grosso, mas não obteve respostas até a última atualização desta reportagem. A reportagem também solicitou um posicionamento da promotora e aguarda por respostas. "Isso é um absurdo! Código da bandidagem? Vossa excelência nos coloca no mesmo banco que os réus", retrucaram os advogados goianos Jefferson Adriano Ribeiro Junior e Letícia David Moura. O julgamento em que os advogados atuavam ocorreu em 30 de outubro deste ano. À reportagem, Letícia explicou que o réu, a quem ela defendia, permaneceu em silêncio e classificou a fala da promotora como inaceitável. "O que ocorreu durante o julgamento foi um ataque inaceitável às prerrogativas da advocacia e ao exercício da defesa. Durante o interrogatório do réu, que optou pelo direito constitucional ao silêncio, a promotora Clarissa Cubis demonstrou revolta e, em um momento de desequilíbrio, começou a gritar e atacar nossa atuação", contou a advogada. A Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás (OAB-GO), solicitou a instauração de um procedimento administrativo e registrou uma reclamação no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) contra a conduta da promotora. O registro foi feito na última sexta-feira (8/11). O g1 solicitou um posicionamento ao CNMP, mas não obteve respostas até a última atualização desta reportagem. "Nós estamos exercendo um direito de defesa. Não somos bandidos, não. Tenha respeito", disse Letícia durante a confusão no julgamento.