A Polícia Federal (PF) investiga uma organização criminosa por fraudes no benefício de salário-maternidade que ultrapassam R$ 800 mil. Nesta quarta-feira (18/9), dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Redenção, no sul do Pará e um em Araguaína, no Tocantins. Segundo os agentes federais, foram apreendidos aparelhos celulares e mídias digitais, que devem possibilitar a PF a identificar todos os envolvidos no crime.
Como o esquema funcionava
Entre 2021 e 2023, cerca de 170 pessoas que não se enquadravam nos critérios para serem beneficiários do salário-maternidade receberam o benefício em Redenção, como apontaram as investigações. "A organização criminosa aliciava mulheres que haviam acabado de dar à luz, ainda no hospital infantil", afirmou a PF. O salário-maternidade é um benefício, proporcional ao salário, para quem teve filho nos últimos cinco anos e tem vínculo empregatício. Na fraude, de acordo com a polícia, os criminosos pegavam dados dessas mulheres aliciadas e que estavam desempregadas, se aproveitando que elas eram, muitas vezes, de baixa renda e com pouco acesso à informação. Com estas informações, segundo a PF, os investigados criavam um vínculo falso de emprego para que as vítimas recebessem o dinheiro. A polícia detalhou que as mães recebiam, em média, R$ 1,1 mil por quatro meses. Quando este valor era liberado, as mulheres eram obrigadas a repassar metade aos responsáveis pelo esquema criminoso. Com as investigações acerca das fraudes, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), responsável pelo benefício, assim como o processo criminal, buscam reaver o valor fraudado.