Enquanto não decide se concorrerá à Presidência da República ou se permanece na Globo, o apresentador Luciano Huck participou de um evento com ex-postulantes ao Planalto e potenciais nomes para 2022, como Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB) e Eduardo Leite (PSDB). Durante videoconferência, ele criticou o cenário político atual e disse que "o Brasil não deu certo". "A gente vai ter que deixar de lado nossas vaidades e exercitar nossa humildade, entender que, mesmo com o enorme potencial desse país, o Brasil não deu certo", disse Huck no painel "Desafios do Brasil", do Brazil Conference at Harvard & MIT, realizado no sábado (17/4) e organizado em parceria com o jornal O Estado de S. Paulo. O apresentador também exaltou a importância dos empreendedores fora dos centros financeiros nobres para o processo de "reconstrução" do Brasil: "Falo de empreendedores na base da pirâmide, nas favelas, nas comunidades. O que tem lá é Uber e venda de cosméticos". Em outro momento do debate, Huck rechaçou resgatar governos anteriores como forma de pensar o país para o futuro. Os políticos presentes discordaram do apresentador. "Todos vocês sabem que não sou político. Me sinto como parte da sociedade civil, como alguém que tem viajado pelo país nesses últimos 21 anos, que tem visto os problemas do dia a dia, olhando no olho das pessoas. [...] No protagonismo atual, só estou enxergando narrativas e discursos que olham muito para o Brasil do passado, que veem o país pelo retrovisor. [...] Não acho que isso seja bom", opinou. Fernando Haddad, ex-ministro da Educação, ex-prefeito de São Paulo e candidato à Presidência em 2018, rebateu Huck dizendo que "olhar para trás é um aprendizado, não é de todo ruim". Doria, atual governador de São Paulo e ex-prefeito da capital paulista, concordou com o petista, defendendo que entender o passado pode ajudar a projetar adequadamente o que fazer no presente. A declaração do tucano foi reforçada por Ciro, ex-ministro, ex-governador do Ceará e ex-prefeito de Fortaleza. O pedetista disse ser preciso, sim, conhecer o passado "para que os erros não sejam repetidos".
Fontes: Jornal O Estado de São Paulo /www.poptvnews.com.br