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Novembro de 2024
Brasil

Alto tom

'Não estou ameaçando ninguém, mas estou achando que teremos problema sério no Brasil', diz Bolsonaro

Presidente também avalia "problema sério" em breve e mandou recado aos ministros do STF

Foto: Mateus Bononi/Getty Images
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As falas foram feitas por Bolsonaro a apoiadores no Palácio do Planalto, na manhã desta quarta-feira (14)

14 abril, 2021

Brasília (DF) - Pressionado pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid-19 no Senado, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que vê o Brasil "no limite" e que acredita brevemente que o país deverá enfrentar "um problema sério". "Não estou ameaçando ninguém, mas estou achando que brevemente teremos problema sério no Brasil, Dá tempo de mudar ainda. É só parar um pouco de usar a caneta e e usar o coração".  Em outro trecho, o presidente afirma que está aguardando uma "sinalização da população" para "tomar providência". "Olha, o Brasil está no limite. O pessoal fala que eu devo tomar uma providência. Eu estou aguardando o povo dar uma sinalização".  As falas genéricas e sem especificações foram feitas por Bolsonaro a apoiadores no Palácio do Planalto, na manhã desta quarta-feira (14/4). Momentos antes, Bolsonaro afirmou que o país está como um "barril de pólvora" e mandou recado aos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). "Amigos do Supremo Tribunal Federal, daqui a pouco vamos ter uma crise enorme aqui". No vídeo, o chefe do Executivo não dá detalhes sobre qual seria a "providência" ou por quais razões, em sua avaliação, o país seria um "barril de pólvora". O início da fala de Bolsonaro aos apoiadores foi marcado por críticas à imprensa e às políticas de restrições de circulação adotadas por alguns governadores e prefeitos na tentativa de frear a 2ª onda de contágio da pandemia da Covid-19.

Queixa

 Bolsonaro também fez um alerta a respeito da decisão da ministra Cármen Lúcia, do STF, a respeito de uma notícia-crime apresentada contra o presidente por suspeita de genocídio contra indígenas na pandemia do coronavírus. "Vi que um ministro baixou um processo para me julgar por genocídio. Olha, quem fechou tudo, quem está com a política na mão, não sou eu. Eu não quero brigar com ninguém, mas estamos na iminência de ter um problema sério no Brasil. O que que vai nascer disso tudo? Onde vamos chegar? Parece que é um barril de pólvora que está aí", completou. Na terça-feira (13/4), a magistrada pediu que o presidente do STF, ministro Luiz Fux, marque o julgamento de uma da notícia-crime, no qual será decidido se a PGR (Procuradoria-Geral da União) deve abrir ou não inquérito contra Bolsonaro. O procurador-geral da República, Augusto Aras, já se manifestou contra a abertura do inquérito. No entanto, houve recurso, e o caso começou a ser analisado no plenário virtual. O ministro Edson Fachin pediu que o processo fosse remetido ao plenário do Supremo.